domingo, 6 de abril de 2025

SALA DO VÚVÚ

Certa feita fizemos de Treviso uma das bases para nossas andanças pelo norte da Itália. Ficamos hospedados num agriturismo onde tudo funcionou perfeitamente, ou quase. Eram tempos em que a internet ainda não estava disseminada como na atualidade. No primeiro dia, ao conversar com a Alessandra, esposa do Gino, ela deu-me um modem e um CD para instalar um programa no meu computador. Contudo, por razões de praticidade pelo tamanho e peso, o meu notebook não tinha leitor de CD. Falei com o Gino, para ver o que poderia ser feito para que eu pudesse conectar a internet. Então, ele me disse que não entendia nada de informática, mas levou-me até uma sala onde havia um computador, com o qual, segundo ele, eu poderia conectar-me à internet através do modem que sua esposa havia me dado. Não consegui nada. A Lourdes não tinha presenciado a nossa conversa e por isso não sabia onde eu estava. Relatou-me, depois, que indagou do Gino onde eu estava e ele respondeu dizendo que eu estava na sala do vúvú. A Lourdes ficou meio perdida, mas depois caiu a ficha. A letra “w” é pronunciada em italiano como “vu”. E, como para acessar a internet sempre iniciamos pelo conhecido "www", o Gino apenas pronunciou as duas primeiras letras, identificado a sala da internet como a sala do “vuvu”, que nada tem a ver com a sala do vovô ou coisa parecida. Mas o que importa é que a conexão com o mundo exterior funcionou na tal sala e poucos dias depois fomos para outra base, esperando não encontrar dificuldades burocráticas semelhantes. 

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