Fim de tarde em Nice. No ponto de encontro dos excursionistas notei que o nosso motorista conversava com um desconhecido, cuja aparência não o recomendava para nada.
Depois fiquei sabendo que se tratava de um desses golpistas que existem em todos os lugares. Ele tentava vender ao nosso motorista uma corrente de ouro por um preço que dizia ser de ocasião pois necessitava urgentemente de dinheiro para o tratamento de saúde de algum familiar. Ora é a mãe, ora é a filha, etc. Troca o parente mas a história é sempre a mesma.
A pedida inicial era em torno de cem euros. O nosso motorista dava corda à verborragia do golpista para ver até onde o mesmo chegava. Chegou aos dez euros mediante um argumento bastante convincente:
- Isto não é ouro!
O golpista, sentido que não alcançaria o seu intento retrucou:
- mas é quase ouro!
Talvez compadecido pelos trinta minutos ou mais de conversa, nosso motorista acabou "comprando" o produto pelo último preço e o "quase ouro" foi motivo de muitas risadas por todos nós, inclusive nos dias que se seguiram.
Alguém teve a idéia de organizar uma rifa tendo como prêmios, peças da recente aquisição. O produto a ser arrecadado reverteria em benefício de um programa que estava sendo organizado em surdina. Seria uma improvisada festa de aniversário de uma colega de excursão. Assim foi pensado e assim foi feito.
O sorteio seria realizado em momento oportuno, no caso, quando fosse revelada a nova idade.
Improvisamos um piquenique nas proximidades do Santuário de Lourdes onde há umas grutas enormes abertas à visitação.
Ao meio dia nosso almoço foi à base de pão, salames, queijos e vinhos. Tudo de origem nacional., claro. Afinal, estávamos na França.
Finalmente cantamos o tradicional parabéns e realizamos o sorteio. A aniversariante acabou ganhando a melhor das peças do "quase ouro".
Não preciso dizer que o sorteio foi devidamente arreglado para que a aniversariante fosse a mais sortuda de todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário