Coisa muito desagradável é perder o passaporte quando em viagem no exterior. Comigo aconteceu uma única vez e tive muita sorte em recuperá-lo.
Um parêntesis: Todos os guias de viagem sempre alertam que os passaportes brasileiros são muito visados pela malandragem internacional. Como a nossa população é composta de tipos e raças diferentes, sempre será difícil identificar um falsário, seja ele branco, negro, oriental, caucasiano, etc.
Por este motivo sugerem que se faça uma cópia do passaporte para passear, deixando o original no cofre do hotel. Quase sempre faço isso. Inclusive tenho uma foto do passaporte num arquivo especial de viagem do meu iphone. No arquivo estão os bilhetes aéreos, cópia dos cartões de crédito, etc.
Estávamos em Tirano, na Itália, bem junto à fronteira com a Suíça. De la, via Bernina Express, partimos para um passeio de trem até St. Moritz, por onde tínhamos passado de carro no dia anterior e pudemos constatar que havia muita neve acumulada e estava bastante frio.
Por esta razão vesti um casaco apropriado para tais temperaturas e coloquei a máquina fotográfica com o passaporte numa pequena bolsa que era levada a tira-colo. Passeamos pela cidade e como sempre fui fotografando. Já a caminho da estação para retornar ao nosso hotel, caminhando por uma espécie de ciclovia à beira do lago, sempre com a câmera na mão, me dei conta que a pequena bolsa que devia estar sendo carregada no ombro, lá não estava. Pânico!
Disse para a Lourdes ir até a estação e me aguardar por lá enquanto eu voltaria fazendo o mesmo caminho antes percorrido.
Ia com o passo apressado. Quase ninguém caminhando por aquela passarela. Lá adiante notei que uma mulher, vez por outra olhava para trás e tive a sensação de que ela buscava identificar alguma coisa ou alguma pessoa. Pela rapidez dos meus passos, ela me disse depois, presumiu que eu estava em busca de algo precioso.
Quando me aproximei ela parou de caminhar e ao encontrá-la ela falou em italiano:
- E isto que você está procurando?
E me mostrou a pequena bolsa. Alívio! Então ela me disse que tendo encontrado a bolsa no chão, verificou o seu conteúdo e abrindo o passaporte visualizou a minha foto. Não foi difícil para ela ter a certeza de que o que achara me pertencia.
Recebi de suas mãos o precioso documento e agradeci. Por fim ela revelou que sabendo das dificuldades burocráticas a enfrentar por aqueles que perdem documentos, estava se dirigindo até um posto policial a quem confiaria a guarda dos meus pertences.
Tive muita sorte pois ainda não era período de férias e as ruas, assim como a própria cidade estavam meio desertas.
Se ao contrário tivessem muitos turistas pelas ruas, sabe Deus onde iria repousar o meu passaporte. Rumei para a estação, agora com o passo mais lento, meditando sobre. Cheguei à conclusão de que sem o peso da câmera fotográfica, não seria possível perceber a perda da pequena bolsa, principalmente por que o casaco térmico que eu vestia, por ser grosso demais, impedia a que a pequena pressão dissesse presente no meu ombro. Ficou a lição.
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