domingo, 12 de janeiro de 2025

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

Era uma época em que a fotografia digital se apresentava como a grande novidade. A liberdade dos fotógrafos amadores. Duas eram as dificuldades a superar: a) o pequeno espaço dos cartões de memória; b) a duração das baterias. O primeiro problema era de fácil solução, com alguns "memory stik" sobressalentes ou mesmo uma visita a uma casa fotográfica para gravar tudo num CD para liberar o cartão. O segundo problema, por ser mais dispendioso, era mais complexo. Pensei que estando em Paris seria mais fácil encontrar uma loja da Sony para adquirir uma bateria sobressalente e por um preço, digamos, convidativo. Encontramos a loja, numa travessa da "Champs", não muito distante do Arco do Triunfo. Uma loja pequena mas dotada de todos os modelos de bateria próprias daquela marca famosa. Como sempre, a Lourdes se expressou em francês com a pessoa que veio nos atender e ao ouví-la ele indagou de imediato se éramos brasileiros. Surpresos, respondemos afirmativamente. Então, antes de qualquer pergunta nossa ele se adiantou dizendo que fomos traídos pelo nosso sotaque. E emendou depois dizendo que havia morado no Brasil. Conversamos um pouco e depois saímos a fotografar. Ocorreu de passarmos por Paris em outra viagem, dois ou três anos após. A máquina fotográfica já era outra e a necessidade de nova bateria também. Lembramos da loja e como era de fácil localização, lá fomos nós. Ao ingressarmos no recinto, a mesma pessoa nos atendeu, desta vez, com um largo sorriso receptivo, saudando os amigos brasileiros que retornavam à sua loja. A memória do sujeito era fotográfica!

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