Com o declínio do futebol varzeano, foi tomando corpo o campeonato de futebol promovido pelo Serviço Social da Indústria - SESI. Várias indústrias passaram a organizar suas equipes através das associações de empregados. A Marcopolo, que na época era Nicola, foi uma dessas empresas e chegou a se consagrar campeã estadual.
O custeio das despesas vinha em boa parte das associações de funcionários. Praticamente todos os empregados eram sócios e autorizavam um desconto em folha. Ao final do mês, de acordo com o resultado da Loteria Estadual eram sorteados cinco prêmios em dinheiro, O primeiro prêmio, mais significativo, e os outros quatro em valores menores e iguais.
Nas datas especiais, como Páscoa, Natal, Dia das Mães, etc., o prêmio em dinheiro dava lugar para alguma utilidade doméstica: geladeira, fogão a gaz, etc.
Toda essa engenharia era armada pelo Brito que por sua vez era o grande incentivador das atividades esportivas a partir da sociedade recreativa da empresa.
Num determinado Natal o prêmio foi justamente um fogão a gaz, que na época era uma grande novidade e acessível a poucas pessoas, enquanto que o feliz ganhador foi um tal de Miro que trabalhava na produção.
A entrega do prêmio sempre era um acontecimento, até por que servia de incentivo para que empregados não-sócios aderissem. Assim, num horário previamente determinado o Brito reuniu o maior número de associados para o ato de entrega do prêmio, no caso, do fogão a gaz.
Armado o circo, o Brito pediu que o sorridente Miro se postasse ao lado do cobiçado prêmio para a tradicional foto e afastou-se dizendo que ia apanhar a máquina fotográfica.
Voltou com um extintor de incêndio nas mãos e ao grito de - olha o passarinho, despejou toda a carga de espuma por sobre o Miro e seu troféu e saiu rindo.
Como sempre fazia, depois de cada aprontada o Brito se afastava dando gargalhadas...
Apesar dessas loucuras, ninguém conseguia sair no braço com o Brito.
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