domingo, 13 de outubro de 2024

CAMBALACHO EM HONFLEUR

Depois de alguns tropeços acabei assimilando alguns macetes de viagens. Por exemplo, antes de escolher o hotel via internet passei a ler os comentários dos hóspedes. Talvez seja o melhor termômetro para decidir a escolha. Por não ter tomado aquelas precauções quase entrei numa fria no interior francês. Tínhamos reserva de hotel em Honfleur, para o que levamos em conta a localização do mesmo que era bem central. Na manhã daquele dia, quando tentamos confirmar a reserva, a ligação era transferida para a caixa de mensagens, o que achamos muito estranho. Tentamos programar o GPS para nos levar até o local e descansar depois de um dia bem agitado. Contudo, o endereço não constava do banco de dados do GPS. Acabamos constatando que não era uma rua, e sim, uma espécie de servidão. Depois de muitas buscas, junto à prefeitura conseguimos uma informação que poderia nos levar ao local, porém, não tivemos êxito. Paramos num outro hotel e o rapaz que nos atendeu foi muito solícito e conseguiu contato telefônico. Cerca de meia hora depois uma moça veio nos buscar e nos conduziu até o nosso destino. Mais surpresas à frente, primeiro que não era um hotel e sim um studio, ou seja, um apartamento. No anúncio dizia ter estacionamento, porém, estava lotado e ficava um pouco distante dos aposentos. Por fim, ficamos sabendo pela moça, que o endereço informado no anúncio pela internet, era do dono do studio e não do studio propriamente dito. Desistimos e fomos em busca de novas acomodações, mas sem a mínima ideia por onde começar. Na época o Air BNB não era conhecido. Eis que lembramos do Gîte de France e logo encontramos um, mas não tinha vaga. Logo adiante encontramos o Gîtes le Canet. Fomos atendidos pela proprietária, a simpática e atenciosa Viviane Merieult. Houvera uma desistência e portanto tinha uma vaga. Era uma propriedade rural, distante quatro quilômetros de Honfleur. Nosso quarto ficava ao lado de um pequeno curral onde as ovelhas pastavam mansamente. Mais aos fundos, um galinheiro de onde viriam os ovos que a Viviane colocaria todas as manhãs, junto com o pão ainda quentinho e outras delícias. Lugar simples mas dotado de tudo o que precisávamos, inclusive uma mini cozinha. Os aposentos eram um pouco pequenos mas nada que atrapalhasse o nosso bem estar. A temperatura caíra muito e precisamos ligar a calefação. Havíamos comprado pão, queijos e frios e ainda um vinho tinto, e assim preparamos o nosso jantar. Em princípio ficaríamos apenas uma noite naquele local, mas gostamos tanto que acabamos ficando três noites. Com respaldo nos comentários dos hóspedes, nunca mais tivemos problemas com acomodações, principalmente aquelas contratadas via internet. Também por precaução, relatei todo o ocorrido junto ao site através do qual havia feito a reserva. Informei que já havia cancelado o pagamento pelo cartão de crédito e que estaria à disposição para quaisquer esclarecimentos complementares. Em resposta recebi um pedido de desculpas por parte do site e nunca fui cobrado por aquelas diárias. 

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