domingo, 23 de junho de 2024

PELA BAVIERA

Nosso destino era Pérgine, na Itália, onde nasceram meus avós maternos. Mas tínhamos outros locais e pessoas a visitar antes disto. Garmisch-Partenkisten e Innsbruck são cidades de visita obrigatória para quem anda pela Baviera. Foi o que fizemos. 

Ficamos hospedados numa pousada em Garmisch. A frau Maria era a sogra do Hans, que por sua vez tinha uma pousada em Grainau, município bem próximo. O Hans era músico, assim como o Kalle que nos recepcionava na Alemanha. Juntou-se a nós ainda em Garmisch onde deixamos as malas e logo fomos para uma cervejaria beber as formidáveis cervejas de trigo. 

A presença do Hans para mim, que era um estranho no ninho, foi uma dádiva pois o mesmo arranhava um italiano, com o que, eu conseguia me fazer entender sem o auxílio do intérprete. 

Depois, a convite do Hans, fomos até Grainau, mais precisamente a um local público, como aparece na foto, pois haveria uma apresentação da banda sinfônica da cidade, evento que fazia parte dos programas para recepcionar turistas. O Hans fazia parte do grupo. 

Estávamos no final de setembro mas mesmo assim os dias continuavam longos, vale dizer, escurecia por volta de 21:30hs. Chegamos ao local ainda sob a luz do sol. A visão dos Alpes aos fundos era magnífica e o que viria em seguida, iria tornar aquele evento ainda mais especial, ao menos para mim. 

O mestre de cerimônias deu as boas vindas, fez as devidas apresentações e anunciou o primeiro número. Até aí eu não entendi, pois falava em alemão, idioma que não domino. Aos primeiros acordes identifiquei a Abertura da ópera Nabucco de Verdi. Com aquele visual, então… 

Vieram outras peças e em determinado momento o condutor do espetáculo falou qualquer coisa que eu continuei não entendendo mas o Kalle levantou e acomodou-se mais próximo do palco. A música que seguiu eu não consegui identificar mas era um solo de trompa, cuja execução apresentava um elevado grau de dificuldade. Ao final, o solista foi muito aplaudido. 

Depois da apresentação, através de intérprete, perguntei ao Kalle sobre aquele solista. Ele disse que o mesmo era considerado o melhor da Alemanha naquele instrumento, que era filho de Grainau, e estando pela cidade de férias, resolvera dar uma palhinha. 

Depois de tudo, ainda fomos a um restaurante, cujo dono faleceu há pouco tempo e segundo diziam fôra um excelente músico. O seu acordeão estava exposto numa vitrine no interior do restaurante e o Hans, pela amizade que tinha com o falecido, pediu permissão à viúva para executar alguns números com aquele instrumento. 

Permissão dada, passamos mais algumas horas nos divertindo à autêntica moda alemã: boa comida, bier e música alegre.

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