Aquela era a nossa primeira viagem para a Europa, a começar pela Alemanha. Inicialmente ficamos num pequeno hotel na cidade de Neuof, distante cerca de cem (100) quilômetros de Frankfurt. Tínhamos o Kalle como cicerone, o que facilitaria muito nossas movimentações, embora o Adolar, companheiro de viagem, não encontrasse maiores dificuldades em se comunicar, pois falava alemão com bastante desenvoltura.
O Kalle era músico e nos finais de semana ele atuava em hotéis de turismo de outras cidades, próximas e nem tão próximas. Deste modo, nossa programação sempre dependia da sua presença física.
Para um determinado final de semana o Adolar combinou uma visita ao seu amigo de infância de nome Willi, que há mais de trinta (30) anos trabalhava em Frankfurt.
De trem, partimos no sábado de manhã. O Willi já nos aguardava no Estação Ferroviária e ali mesmo fomos tomar um café, coisa que não havíamos feito antes de partir.
No bar/restaurante fomos atendidos por um conhecido do Willi que falava italiano. Disse que era de Roma e logo arrisquei: "Roma tem um rei brasileiro - Falcão". Foi a deixa para ele debulhar seus conhecimentos e admiração pelo nosso futebol.
Ele sabia tudo da seleção brasileira. Aquela de 1982, que ele, mesmo sendo romano (sim, ele dizia que italianos era os outros. Ele era romano!), lamentava não ter sido campeã. Para ele, uma formação sublime. Sabia a escalação, tanto dos titulares como dos reservas.
Mas não ficou aí, talvez por influência do Falcão no Roma, ele sabia tudo do Inter, com escalação, maiores feitos e craques capitaneados pelo Figueiroa, etc.
Mais uma vez fiquei convencido que para saber o valor do Brasil e dos brasileiros, é necessário olhá-lo de fora, mas com os olhos dos outros.
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