Houve um tempo em que a Cervejaria Antárctica andou adquirindo fábricas por todo o Brasil, mas o produto final não era padronizado.
Segundo os entendedores, excelência em qualidade só mesmo aquelas produzidas em Ribeirão Preto e em Joinville.
Nos mercados, a compra da cerveja passava pelo exame da tampinha das garrafas, a qual indicava a procedência do precioso líquido.
Conheci o mestre cervejeiro da fábrica de Joinville, homem de hábitos simples, culto, e sempre bem humorado. Segundo ele a melhor temperatura para a cerveja, era aquela do gelo. Nem mais nem menos.
Incontáveis eventos festivos foram acompanhados da deliciosa "faixa azul" joinvilense.
Certa feita participei de um evento em São Francisco do Sul, o qual congregava diversas entidades da região. Ao final da reunião seria servido um churrasco. Era uma tarde quente de sábado e na medida em que as pessoas iam chegando ao salão de festas o lugar mais procurado era o bar. O consumo de cerveja, na ocasião, era o mais apropriado.
O "seu" Muller estaria presente e por isto alguém teve a idéia, nem sempre original, de testar os conhecimentos dos entendedores de cerveja. A idéia, igualmente nada original, consistiu em trocar os rótulos de duas ou três garrafas de Brahma por rótulos da Antárctica. E assim foi feito.
Quando o nosso querido mestre cervejeiro aproximou-se do grupo, acompanhou a todos bebendo daquelas garrafas "falsificadas". O ato criou uma expectativa mas nenhum comentário. Talvez em respeito à idade um tanto avançada do nosso mestre cervejeiro. Logo ele se retirou e foi cumprimentar outros convivas. Afastou-se dois ou três passos, virou-se para nós e disse:
- Até que a Brahma está fazendo uma cervejinha boa... E saiu rindo com ares de vitória.
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