Aldo Bizzocchi
Neste Dia das Bruxas, como não poderia deixar de ser, vou falar de bruxas. Só que não! Na verdade, vou falar de bruxismo. O que será isso: um movimento em favor das bruxas? Nada disso. Esse velho conhecido dos dentistas é o hábito que algumas pessoas – especialmente as nervosas – têm de ranger os dentes de maneira insistente, a ponto de ficarem doloridos e até gastos. Quando eu ainda não era etimólogo, achava que o nome dessa patologia (sim, é uma patologia!) derivava da palavra bruxa, já que o rangido dos dentes lembra os ruídos das casas mal-assombradas dos filmes de terror. E bruxa tem tudo a ver com terror, né? Só que não é nada disso. O termo bruxismo foi formado a partir do verbo grego βρύχειν (brúkhein), significando “ranger os dentes”, e embora todos, inclusive os dentistas, o pronunciem como /bruchismo/, a pronúncia correta é /brucsismo/. Aliás, também existe a forma briquismo, da mesma origem grega.
Já a palavra bruxa é de origem pré-romana, isto é, já era usada pelos povos que habitavam a Península Ibérica antes da chegada dos romanos. Por isso, também se encontra em galego (bruxa), catalão (bruixa) e espanhol (bruja). A bruxa devia ser uma espécie de feiticeira e curandeira das tribos pré-romanas da Ibéria. Essa palavra certamente permaneceu no uso popular mesmo após a adoção do latim pelos ibéricos porque a língua dos romanos não tinha um vocábulo específico para “feiticeiro(a)”, já que não havia esse tipo de “profissional” em Roma. O termo aproximado em latim é lamia, nome de uma criatura que supostamente chupava o sangue das crianças e que deu origem ao nosso bicho-papão.
Feliz Dia das Bruxas!
Fonte: https://www.neipies.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário