Se um político bebe uísque ou espumante em lugares públicos, será chamado de bêbado. Se beber cachaça, será considerado um homem do povo. Com o advento do politicamente correto, a bebida está ausente nos seus perfis.
Já foi diferente em épocas passadas, quando beber fazia parte da liturgia do cargo. Se recusasse um convite para uma cachacinha ou chope, era considerado esnobe.
Mas tudo tinha limite. Um vereador, já falecido, costumava dizer que as três piores dificuldades em uma campanha eleitoral era aguentar mordida de bêbado, latido de cusco nos calcanhares e carreteiro de vila. Não foi reeleito, embora gostasse muito de ajudar o balanço da Brahma. Nos anos 1950 e 1960, era costume deixar garrafas vazias de cerveja nas mesas para mostrar como o dono da festa era bom de bico e de trago.
Claro que brigas eram frequentes nestes encontros. Houve um caso de político de nomeada que pagou uma rodada de uísque no Uísque Center, em galeria da rua Riachuelo nos anos 1970. Como havia um deputado rival, não demorou muito para o clima ficar pesado.
Um dos bebedores piorou a coisa quando colocou a mão devagar no bolso do trás da calça e puxou um… pente. Depois de um breve silêncio, gargalhadas desanuviaram o que poderia ter sido o Duelo do OK Corral guasca.
Em Montenegro, anos 1950, o juiz eleitoral proibiu a venda e consumo antes e depois do dia das eleições, especialmente para um biscateiro, o gambá da cidade. Assim que abriu a votação, o magistrado foi beber o clássico cafezinho no Café Central.
Para seu espanto, o tal gambá estava podre de bêbado, e não era nem 10 horas. Perguntou a ele de quem havia comprado a bebida.
– Doutor, pra mim já arrumei. Pro senhor, bem, o senhor que se vire…
Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br
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