Por Meraldo Zisman*
O significado dos termos “direita” e “esquerda” não teriam a conotação que têm hoje se os representantes antimonárquicos não tivessem escolhido sentar-se à esquerda durante a primeira reunião da Assembleia dos Estados Gerais em 1789 na França. Embora a posição física de estar à direita ou à esquerda não esteja diretamente relacionada a uma escolha política consciente, essa disposição influenciou a simbologia associada a essas correntes.
Desde Platão (chamava-se Arístocles. Nascido em Atenas, no ano de 428 a.C., e falecido em 348 a.C.), que afirmou em sua obra “A República” que os justos devem ascender pelo lado direito, a posição direita passou a ser considerada a correta. No entanto, é crucial reconhecer a existência de diversas vertentes tanto na esquerda quanto na direita, cada uma com suas próprias dicotomias.
Os avanços do Estado de Bem-Estar Social (welfare state) — modelo de governo no qual o Estado se compromete a garantir o bem-estar econômico e social da população — não podem ser atribuídos exclusivamente a uma única corrente política, seja de direita ou de esquerda. Dentro de ambas as correntes existem várias escolas de pensamento e é importante respeitar a sociedade, por ser ela composta por seres humanos distintos, cada um com suas próprias metas e aspirações.
Não defendo a ausência do Estado, mas sim a garantia de uma proteção mínima para todos, independentemente de estarem posicionados à direita ou à esquerda no espectro político. Cada abordagem possui vantagens e desvantagens e a melhor opção política dependerá do contexto específico e dos valores de cada sociedade.
É importante lembrar que as circunstâncias e as percepções mudam ao longo do tempo. O que não deveria mudar é o direito à liberdade de ação de cada indivíduo.
*Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
Fonte: https://www.chumbogordo.com.br
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