Marcelo Duarte
'Erro crasso', por exemplo, é uma expressão criada a partir do nome de um cônsul do Império Romano
Você deve ter lido ou ouvido falar que, no final de abril passado, o nome Pelé virou verbete do dicionário Michaelis, né? Edson Arantes do Nascimento ganhou o apelido de Pelé ainda menino. Ele faleceu em 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos, e recebeu um sem número de homenagens.
A mais recente é que "pelé" (sim, em minúscula) passou a ser um adjetivo usado para se referir a alguém que é fora de série, que faz algo extraordinário —como era o nosso rei do futebol. Por exemplo: você pode ser chamado de "pelé das provas de Matemática" ou "pelé do jogo de bafo de figurinhas".
Mas é bom dizer também que Pelé não é o primeiro nome de uma pessoa a entrar para o dicionário. Há várias outras e eu selecionei quatro bem curiosas.
Erro Crasso
Havia um cônsul no Império Romano chamado Marco Licínio Crasso (ou Marcus Licinius Crassus), que entrou para a história por causa de uma grande derrota.
No ano 53 a.C., ele comandou o exército romano que invadiria a Síria, embora as previsões indicassem que não era o momento adequado. Para piorar, ele resolveu cortar caminho por um vale estreito, onde foi emboscado e aniquilado.
O episódio rendeu a expressão "erro crasso", que significa erro grosseiro.
Gilete
A lâmina de barbear ficou conhecida como "gilete" por causa do sobrenome de seu inventor, o vendedor americano King Camp Gillette.
Certo dia, em 1895, ele estava no banheiro de sua casa, fazendo a barba diante do espelho, como fazia todos os dias, quando teve um estalo. Reparou que só a ponta da lâmina da navalha era necessária para se barbear.
Pensou então em fabricar uma lâmina de aço pequena e descartável. Os industriais não acreditavam ser possível fazer uma lâmina pequena, de bom corte e barata, a ponto de ser jogada fora depois. Com a ajuda do engenheiro mecânico William Nickerson, os problemas técnicos foram resolvidos e assim surgiu a Gillette Safety Company, em 28 de setembro de 1901.
Mecenas
No dicionário, mecenas é quem patrocina artistas e eventos culturais. O nome vem de Caio Cílnio Mecenas (Gaius Cilnius Mecenas), que viveu entre 70 a.C. e 8 a.C.. Ele foi conselheiro do imperador romano Otávio Augusto.
Mecenas adorava as artes e sustentava artistas e escritores para que eles pudessem criar sossegados. Foi protetor, por exemplo, dos poetas Horácio e Virgílio.
Moisés
No Egito Antigo, os faraós obrigavam todo o povo israelita a trabalhar como escravos. Teve mais: decidiram que todos os primogênitos dos israelitas deveriam ser mortos.
Moisés acabara de nascer e, para salvar o bebê, sua mãe o colocou num cestinho e soltou-o nas águas do Rio Nilo. A irmã de Moisés foi seguindo o cesto de longe para ver quem o encontraria.
Uma princesa estava à beira do rio quando viu o bebê e decidiu levá-lo para o palácio. A irmã de Moisés apareceu e disse à princesa que conhecia uma babá muito boa para cuidar dele. A babá era sua mãe. Foi assim que a própria mãe de Moisés o criou dentro do palácio do faraó. Daí que o cestinho de levar bebês ganhou o nome de moisés.
Fonte: Folha de S.Paulo
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