domingo, 21 de maio de 2023

O CADERNINHO DO TIO HUGO

Fernando Albrecht
No tempo das chamadas vendas, que hoje seriam parecidas com os minimercados de bairro, uma que era muito famoso era a do tio Hugo, um alemão bonachão. Não existia cartão e nem se pagava com cheque, era no caderninho que todos os estabelecimentos comerciais mantinham. Pagava-se no fim do mês ou data aprazada pelo freguês.

Pois foi numa tarde modorrenta dos anos 1950 que um moleque entrou esbaforido no estabelecimento.

– Tio Hugo, a mãe quer um rolo de papel higiênico!

O dono pegou uma daquelas pinças com cabo de vassoura e o tirou do armário alto. O moleque pegou e saiu correndo. Tio Hugo abriu um bocão.

– Peraí! É pra anotar?

O guri já ia longe, ouviu e gritou de volta.

– Nããão! É pra limpar o rabo!

Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário