Tem um causo que, volta e meia, assoma na superfície da minha memória como uma rolha que se solta no fundo. Envolve um jornal do Ceará, que ilustrou uma matéria sobre o continente antártico com uma foto da cerveja Antártica.
Nos anos 1960, o falecido Diário de Notícias de Porto Alegre fez algo pior numa edição dominical, tradicionalmente morna por falta de notícias quentes. A manchete: “Apareceu um pinguim em Torres!”. Logo abaixo, no que nós chamamos de linha de apoio, veio um adendo estarrecedor: “De onde será que ele veio?”.
Aí é que entra o estudo. O pinguim veio ou do deserto do Kalahari ou do chileno Atacama, só Deus sabe.
Mas também tem o caso do chocolate do Edson. Em roda de café de uma turma antiga nossa, no Café Chaves, Centro de Porto Alegre, o dono de uma loja de chocolates finos ofertou uma prova do produto. Querendo mostrar que entendia do riscado, o professor Edson foi ao ataque.
– Esse chocolate é com trutas?
– Como?
– Perguntei se esse chocolate é com trutas?
O dono da loja não queria acreditar no que ouvia. Truta por trufa! Por educação, deixou passar. Mas vi que, por um microssegundo, passou um brilho assassino no sujeito.
Há muito tempo, também em uma roda de jornalistas, comentei um livro de professor sueco, que compilou mancadas de alunos na aula. Em um dos casos, o professor pediu ao aluno que nomeasse três corpos celestes. Sem pestanejar, o aluno respondeu:
– Pai, Filho e Espírito Santo.
Todo mundo na roda riu, menos um sem noção.
– Ué! E qual mais existe além deles?
Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br
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