Fernando Albrecht
Atacante de time do Interior do Rio Grande do Sul estava na reserva e queria muito voltar. Véspera de um jogo decisivo contra o Santo Ângelo. Cedo de manhã, o esperançoso atleta vai tomar o café, passa pelo treinador, pede licença, senta ao lado dele.
– Olha, o senhor precisa me escalar. Eu tenho de jogar. Eu sonhei que estava jogando e fazia um gol. Eu sinto que vai acontecer.
O treinador, um sujeito pacato que hoje é deputado, ficou na dúvida. Chamou o capitão do time para dar uma voltinha e contou o sonho do reserva. O capitão tirou o corpo fora, a decisão é tua, eu fora, por aí.
Chegou a tarde, começou o jogo. Passava dos 30 minutos do segundo tempo, 1 X 1. Só uma vitória classificaria o time visitante. O treinador olhou para o banco de reservas, chamou o sonhador e deu a senha.
– Vai lá. Aquece e entra – passou meia dúzia de instruções e completou:
– Vai lá e faz o teu gol.
Sentindo que estava prestes a cruzar o umbral da glória, o reserva entrou em campo, lutou, lutou e, numa cobrança de escanteio no final do jogo, fez seu gol. Contra.
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