sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

COMO COMBATER OS VAMPIROS DO MAL

Mirian Goldenberg

Cinco lições para vencer a guerra contra os odiadores de plantão que infernizam as nossas vidas

Se você, como eu, já sofreu com as agressões de um vampiro do mal, irá gostar das lições que aprendi com a Irene, minha melhor amiga desde os 16 anos. Seguem as cinco dicas que ela me deu para me proteger dos ataques sórdidos e sádicos de abutres asquerosos que podem morar dentro das nossas próprias casas, famílias e trabalhos.

Conte até mil

Nunca reaja nem responda intempestivamente aos ataques violentos. Não tente se explicar ou se justificar. Não adianta nada tentar convencer que você está com a razão, pois o único objetivo de um vampiro do mal é fazer você entrar na briga e reagir descontroladamente.

Tenha certeza de uma coisa: se você está sofrendo por causa de um verme escroto, você não está só. Se ele é odioso com você, provavelmente é assim com todos os que não são seus cupinchas, bajuladores e baba-ovos. Procure se afastar definitivamente ou, ao menos, manter o máximo de distância possível dessas víboras peçonhentas. Use máscaras e vacinas de proteção, pois o veneno do ódio só tem algum efeito (e pode até matar) se você engolir.

Não entre na mesma "vibe"

O que é mais inteligente? Desperdiçar o tempo e a energia para provar que tem razão? Ou ter a sabedoria de responder com leveza e humor, buscando encontrar a melhor saída para o conflito?

A índole de um vampiro do mal é odiar, destruir, matar, roubar, mentir, abusar, intoxicar, contagiar e sugar toda a nossa saúde física, mental e espiritual. Se você aceitar a provocação desses ratos imundos que saíram do esgoto, pode se preparar para perder a guerra.

Faça o "jogo do contente"

Seja "meio Pollyanna": faça "o jogo do contente". Finja que é boba e que não entende as provocações perversas: esta é a melhor maneira de desarmar os vampiros do mal.

Se você souber usar o "jogo do contente" na dose certa, os odiadores de plantão ficarão tão desconcertados que não saberão como reagir. E, muito provavelmente, irão procurar outras vítimas inocentes para infernizar, pois esses seres medíocres, mesquinhos e desprezíveis só sentem prazer quando conseguem destruir e torturar aqueles que consideram seus inimigos e adversários. Você sabe de quem eu estou falando?

Faça humor, não faça a guerra

O humor é o melhor antídoto para o veneno dos vampiros do mal. Em vez de reagir defensivamente aos ataques cruéis, procure manter o equilíbrio, a paciência e a calma para driblar os golpes com humor e inverter a situação.

Não desperdice um só minuto do seu precioso tempo; nunca se deixe afetar por seres tão tóxicos e covardes. Busque concentrar todo o seu tempo e energia nos projetos e pessoas que são realmente importantes para você. Ignore as provocações e adote o mantra: "Um vampiro de cada vez, me protegendo com tudo e todos que me fazem bem".

Transforme a tragédia em comédia

Há alguns anos, em um debate sobre envelhecimento e felicidade, um "especialista" disse debochadamente: "Os velhinhos da Mirian devem ser ficção, não morrem nunca, ela deve fazer muito bem para eles. Nunca vi nonagenários tão ativos e saudáveis. Será que eles existem mesmo? Caso existissem, esses velhinhos seriam uma porcentagem minúscula da população brasileira. Por que perder tanto tempo com uma minoria tão insignificante?".

Na hora eu quase chorei em público: fiquei paralisada, arrasada e triste com a agressão virulenta. Hoje, depois das lições da Irene, eu responderia com um sorriso:

"Muito obrigada por sua observação brilhante. Não é à toa que você é o maior especialista em envelhecimento no Brasil e no mundo. Você tem toda razão: meus velhinhos não existem, são uma mera ficção que eu criei. Devo ter inventado esses nonagenários admiráveis, alegres e adoráveis que se tornaram os meus melhores amigos. O mais estranho é que eu converso com eles todos os dias, apesar de você ter certeza de que eles não existem. Vou buscar melhorar e pensar com atenção em tudo o que você me disse. Como nunca havia percebido isso antes?".

Prometi à Irene que, apesar dos meus medos, ansiedades e inseguranças, vou aprender a rir, brincar e me divertir com as imbecilidades e grosserias dos vampiros do mal. Mas será que eu vou conseguir cumprir a minha promessa?

Fonte: folha de S. Paulo

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