Fernando Albrecht
De burro o político mineiro Benedito Valadares não tinha nada. Mas o governador das Minas Gerais, nomeado por Getúlio Vargas nos anos 1930, entrou na história com esse estigma.
Uma de tantas histórias é do tempo em que ele era prefeito da sua cidade natal, Pará de Minas. A cidade passava por uma crise de sal. Não havia sal nem para remédio, e a população clamava pelo cloreto de sódio como se fosse o maná dos céus bíblicos.
Benedito então mandou um telegrama pedindo ao governo federal três vagões de sal. Dias depois, um trem chegou carregado com vagões de cal.
– Ué! – disse Benedito entre espantado e avexado – me esqueci de pedir que o telegrafista botasse cedilha no cê.
O escritor alegretense Luiz Odilon narra outro causo envolvendo trem. No início do governo Jânio Quadros, 1060, um conterrâneo foi à estação ferroviária num dia quente barbaridade. Estranhou que o funcionário da ferrovia estivesse de uniforme e quepe mais um grosso sobretudo de lã.
Suava em bicas.
– Mas tchê, tu não está com calor?
– Mas báh! – respondeu o funcionário – Estou pegando fogo! Olha só a ordem de serviço que recebi.
Então mostrou um papel timbrado da empresa determinando entre muitas outras coisas que:
“Os funcionários devem usar uniforme completo, sobretudo na hora da chegada do trem de passageiros.”
Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br
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