Dinarte Mariz era governador do Rio Grande do Norte. Em uma de suas costumeiras visitas a Caicó, visitou a feira da cidade, acompanhado da sempre presente Dona Nani, secretária de absoluta confiança. Dá de cara com um amigo de infância e logo pergunta:
– Como vai, Zé Pequeno?
O amigo, meio tristonho e cerimonioso, responde:
– Governador, o negócio não tá fácil; são oito filhos mais a mulher… tá difícil alimentar essa tropa vivendo de biscate. Mas vou levando até Deus permitir.
Dinarte o interrompe de pronto:
– Zé, que é isso, homem, deixe essa história de governador de lado. Sou seu amigo de infância, sou o Didi!
Vira-se para Dona Nani e ordena:
– Anote o nome do Zé Pequeno e o nomeie para o cargo de professor do estado.
Na segunda-feira, logo no início do expediente, Dona Nani entra na sala de Dinarte e vai logo informando:
– Governador, temos um problema, o Zé Pequeno, seu amigo, é analfabeto; como podemos nomear…
Antes que concluísse a fala, o governador atalha:
– Virgem Maria, Dona Nani! O Rio Grande do Norte não pode ter um professor analfabeto. Aposente o homem imediatamente.
E assim foi feito!
(*) Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e colunista.
Fonte: brasildelonge.com
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