O Fábio era gerente de vendas de carros e tinha aquela lábia sedutora dos verdadeiros profissionais. Sempre com uma contraproposta ou explicação na ponta da língua, caso algo desse errado. Pois foi esse o caso.
Uma mulher de boa procedência, na faixa dos 30 anos, procurou a revenda para comprar um carro, mas com dois detalhes fundamentais: a cor e a placa personalizada com o ano em que nasceu. Barbada, disse o Fábio, anotando o ano.
Dias depois, telefonou para a cliente avisando que o possante 0 km estava lá, tudo nos trinques, número da placa e cor. Não levou uma hora e a mulher entrou esbaforida na área em que estavam os carros. Ao lado de um, estava o sorridente Fábio.
Ao ver o seu zerinho ela botou as mãos no rosto em forma de oração. Durou pouco. A alegria deu lugar à decepção.
– Mas… mas a placa está com o número errado! Eu nasci dez anos depois, seu Fábio! Como é que vou dizer para meus amigos e amigas que este é o o ano do meu nascimento! Que eu sou uma velha!
O braço mais o indicador apontando para o crime estavam mais retos que eucalipto plantado para virar poste, e assim ficaram. É nesta hora que você conhece o ás, o cara que enfrenta perigos supremos com um sorriso no rosto e uma resposta na ponta da língua. Foi o caso.
– Aí que a senhora se engana. É exatamente o contrário. A senhora aponta a placa com este mesmo dedo maravilhoso que a senhora tem e diz que é o seu ano de nascimento…
O Fábio inflou o peito.
-…e todos vão ficar espantados e dirão como a senhora não aparenta ter essa idade, como está bem conservada. Vão querer até saber o segredo para ficar tão jovem!
Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br
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