José Horta Manzano
Semana passada, uma pesquisa encomendada ao Ipespe deu que falar. Entre outros pontos, media a percepção que o eleitor tem da honestidade de cada candidato.
Nesse quesito, 35% dos eleitores julgam que, entre todos os candidatos à Presidência, Lula é o que melhor se enquadra no conceito de honestidade. Quanto a Bolsonaro, são 30% os eleitores que o veem honestidade nele – 5 pontos percentuais abaixo do placar do Lula.
Não deixa de causar certa surpresa que o Lula, depois de gramar ano e meio de masmorra úmida por ter sido reconhecido como corrupto – por três instâncias –, ainda seja visto como campeão de honestidade.
Outra curiosidade vem do fato de Bolsonaro, que insiste em garantir que não há corrupção em seu governo, receber pontuação mais baixa que o Lula.
A pesquisa causou um choque nas hostes bolsonaristas. Choveram pedidos de bloqueio dos resultados. Pelo que entendi, os sondadores se encolheram e suspenderam a publicação, mas o estrago já estava feito. Todos os veículos da mídia nacional já tinham publicado a notícia.
Derramado o leite, só nos resta avaliar o que esses números dizem do Brasil que se oculta atrás de uma persistente cegueira coletiva e contagiosa.
Se for bem agitada a bateia, o ouro da pesquisa vai aparecer, bem escondido, lá no fundo. Pra se dar conta da realidade, basta examinar esses números ao contrário.
Se 35% dos eleitores acreditam que o Lula é honesto, isso significa que 65% o consideram desonesto. É verdade estatística. E o capitão? A pesquisa atesta que 70% dos pesquisados o veem como desonesto.
Fica a certeza de que, seja qual for o vencedor, o Brasil será presidido por um desonesto. Ou, pelo menos, por um indivíduo que é pressentido como desonesto por 2 em cada 3 brasileiros.
Brasil, país do futuro? Brasil, país sem futuro.
Fonte: brasildelonge.com
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