José Horta Manzano
Certos tiques de linguagem são irritantes. Essa tendência que acomete jornalistas e outros escribas a confundir sexo de gente com gênero de palavra complica desnecessariamente o trabalho de escrita. Este blogueiro, por ser antigo, conserva os hábitos dos tempos de antigamente.
De fato, não é do meu feitio usar a moderna “linguagem inclusiva” do tipo “Brasileiros e brasileiras!”, saudação introduzida pelo pranteado (embora ainda vivo) presidente Sarney.
Se não me dobro a essa modernidade, não é tanto por convicção, mas por não achar que ela seja útil nem necessária. Portanto, quando digo “o brasileiro”, estou me referindo a todos os brasileiros e brasileiras, independentemente de sexo. Se menciono “o político brasileiro”, estou incluindo os personagens políticos de todos os sexos. Me parece uma evidência.
Se menciono, genericamente, “o jornalista”, “o mensageiro”, “o diretor”, estou me referindo, naturalmente, a jornalistas homens e a jornalistas mulheres, a mensageiros e mensageiras, a diretores e diretoras. Seria ridículo dobrar-se a modismos como “os jornalistas e as jornalistas”, “o diretor ou a diretora”, “o (a) mensageiro (a)”. Sobrecarrega a frase sem precisão.
Em dez anos de blogue, jamais recebi nenhuma reclamação ligada a essa recusa a me dobrar diante dessa imposição. É sinal de que meus leitores são gente inteligente. E minhas leitoras também, evidentemente.
O que acabo de dizer não precisava nem ser explicado. Mas, explicando, fica melhor ainda.
Fonte: brasildelonge.com
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