Pedro Hallal
A prioridade desse ano é retomar, de forma segura, a vida normal
O Brasil está entrando no terceiro (e espero que último) ano da pandemia de Covid-19, visto que, efetivamente, março de 2020 foi o ponto de partida da pandemia no Brasil. Durante uma pandemia, a situação é dinâmica e, consequentemente, as prioridades e recomendações devem se adaptar ao momento da pandemia.
No primeiro ano, a prioridade deveria ter sido conter a disseminação do vírus, através de políticas de distanciamento social, ao mesmo tempo em que se fazia (a) investimentos pesados em testagem, rastreamento de contatos e isolamento de casos suspeitos; (b) cordões sanitários para isolar regiões de alto contágio; (c) preparação dos serviços de saúde para lidarem com os pacientes com Covid-19; (d) ampla produção, disseminação da importância e distribuição de máscaras para uso da população; (e) corrida da ciência para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para enfrentar o coronavírus.
No segundo ano, a prioridade deveria ter sido a aceleração da vacinação e o reconhecimento dela como a principal estratégia de enfrentamento da Covid-19. Ao mesmo tempo, as estratégias "a-d" listadas acima deveriam estar consolidadas, garantindo uma retomada segura das atividades cotidianas.
Infelizmente, o Brasil foi um exemplo de como não agir nos dois primeiros anos da pandemia de Covid-19. Com a honrosa exceção da vacinação, que não fracassou em função da longa cultura vacinal da população brasileira, as outras medidas foram boicotadas, uma a uma, pelas autoridades políticas e sanitárias do país.
Ao chegarmos ao terceiro ano da pandemia de Covid-19, fica a pergunta:
Como enfrentar o ano 3 da pandemia?
A prioridade desse ano é retomar, DE FORMA SEGURA, a vida normal.
Não é razoável imaginar que algumas atividades econômicas serão fechadas no ano de 2022.
Não é razoável imaginar que as crianças estarão fora das escolas no ano de 2022.
Não é razoável imaginar que as universidades manterão o ensino remoto em 2022.
Não é razoável imaginar que os eventos esportivos, culturais e artísticos serão virtuais ou sem público no ano de 2022.
Já houve tempo suficiente de preparação para garantir que, mesmo em caso de novas variantes e novas ondas, as atividades mantenham-se abertas, com protocolos seguros.
Fonte: Folha de S. Paulo
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