Julio Abramczyk
Pesquisa tenta desvendar quais perfis políticos ignoram risco de Covid
Há poucos dias, o secretário do setor de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde não aceitou a recomendação de especialistas representando entidades médicas e cientistas.
Eles contraindicavam o kit Covid, mas o secretário Hélio Angotti Neto, ao contrário, defendeu não só o uso da cloroquina, considerado inadequado pela comunidade científica, como negava os benefícios da aplicação das vacinas, apesar dos diversos estudos científicos publicados sobre as mesmas e dos maiores riscos de hospitalização de não vacinados.
Nos EUA, uma pesquisa liderada por Yilang Peng, da Universidade da Geórgia, tentou mostrar o papel das ideologias na percepção de risco relativa à Covid. O estudo foi publicado na revista Risk Analysis.
A pesquisa apontou que as pessoas adeptas ao libertarianismo e anti-igualitarismo eram mais propensas a desprezar os riscos da Covid. Essas pessoas também são propensas a se opor a ações governamentais como o uso de máscaras faciais e aplicação de vacinas. Com frequência se opõem ao envolvimento do governo em suas vidas particulares e em suas atividades econômicas.
Essas conclusões tiveram por base pesquisa inicial com 500 americanos, confirmada por outra amostra de 7.449 adultos. As análises constataram orientação política e identificação partidária em relação à pandemia.
Peng explica que compreender o papel dos componentes de uma ideologia política pode colaborar para a compreensão da polarização das questões científicas em uma população.
Fonte: Folha de S.Paulo
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