Bolsonaro e Moro fazem o mesmo tipo de campanha: ambos falam para seus eleitores cativos. Os discursos de Bolsonaro são perfeitos para agradar os bolsomínions: ele continua combatendo vacinas e o uso de máscaras, e defendendo as cloroquinas da vida.
Os de Moro são ótimos para os lavajatistas convencidos de que ele extirpará o maior problema do Brasil, a corrupção. Como explicar que entrou num governo que estava preocupado apenas em salvar a família do chefe? Nenhum dos dois fala em fome, salário e emprego.
Enquanto isso, Lula vai conquistando espaços. Vai para o exterior e é bem recebido, enquanto Bolsonaro enfrenta resistências; diz-se de esquerda sabendo que boa parte dos dirigentes da União Europeia se filia a partidos esquerdistas, mas sem se dar ao trabalho de explicar que a esquerda em nosso continente nada tem a ver com socialistas, trabalhistas e social-democratas da Europa, mas está bem mais próxima de organizações criminosas como a Mafia e a ‘Ndrangheta. Também não perde tempo falando mal da aparência das esposas dos dirigentes europeus. Apresenta-se como o reformista que vai lutar contra a fome. Amazônia? Isso é problema para Bolsonaro explicar.
E, no Brasil, sabendo que a esquerda é monopólio seu, convida Alckmin para vice. Se aceita ou não, tudo bem: ele tentou. E avança numa região que seria de Moro, a de centro-direita. Este colunista nunca votou nem votará em Lula. Mas é um prazer assistir à atuação de um profissional entre amadores.
Fonte: brasildelonge.com
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