RIO TINTO
José Horta Manzano
Você sabia?
Quando a gente acha que já viu de tudo, é aí que aparece coisa assombrosa. Olhe, pode parecer, mas hoje não estou falando do Bolsonaro e do espantoso desfile de desajustados que lhe fazem companhia. O capitão é sobressalto diário garantido, mas há coisas que, embora menos nocivas, também surpreendem.
Você já viu um rio de água vermelha? Não estou me referindo a um curso d’água que um dia tenha ficado vermelho por algumas horas em consequência de um acidente de caminhão-tanque(1). Não. Falo de um rio de águas permenentemente vermelhas. Que não mudam de cor há séculos.
Não existe? Não acredita? Pois sim, esse rio existe. Tem 100km de comprimento e fica no sul da Espanha, na província de Huelva. Nasce nas encostas da Sierra Morena e desemboca no Golfo de Cádiz. Não por acaso se chama Rio Tinto. Tinto, em espanhol, quer dizer vermelho. Essa, por sinal, é a razão de chamarmos o vinho vermelho de vinho tinto.
A cor de suas águas provém de uma mina polivalente, conhecida e explorada faz milênios. É rica em cobre e prata. Tem até um pouco de ouro. Essa profusão de metais confere à água um teor muito ácido (pH 2). A cor avermelhada se deve principalmente ao ferro dissolvido.
Não se tem certeza se o tom vermelho escuro foi sempre o mesmo, ou se foi agravado nos últimos séculos, pela exploração mineira. Seja como for, é uma curiosidade imperdível. Se um dia, passada a epidemia, o distinto leitor fizer uma viagem pela região, não deixe de tirar uma selfie(2).
(1) Em Portugal, usa-se mais “caminhão-pipa” ou “caminhão-cisterna”.
(2) O Volp tanto admite “um selfie” quanto “uma selfie”. Escolha. É acertar ou acertar.
Fonte: brasildelonge.com
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