segunda-feira, 23 de agosto de 2021

FAKE NEWS

FAKE NEWS
Karine Borges de Liz
 
Fake News, empatia e uma pergunta: Em casa em que todo mundo grita, quem tem razão?

Na última terça, 17/08, um dos maiores estudiosos em desinformação no Brasil, o jurista @diogorais, participou de uma live sobre fake news na página @2022.ja.comecou, no Instagram.

Há muitas lições importantes em sua fala. Destaco uma: o enfrentamento eficaz das fake news exige compreender que elas trafegam em duas dimensões humanas, a racional e a emocional, e que o diálogo empático é o que poderá tornar possível e proveitosa a nossa convivência.

Um traço comum das fake news é o uso da manipulação para a sua feitura. De diversas formas, fatos, falas e situações passam por um processo de construção de uma versão falseada da realidade, direcionada a um propósito, no mínimo, potencialmente danoso.

Bastaria então demonstrar o que é falso numa fake news para desconstruí-la? Por vezes, não.

Mas desfeita a farsa que sustenta uma falsa notícia, por que ela permanece como “verdade” para algumas pessoas? Porque somos humanos.

E seres humanos possuem percepções diferentes de uma mesma realidade; não utilizam apenas mecanismos racionais para interagir com o mundo ao seu redor; e possuem razões psíquicas que fazem com que se afeiçoem a determinadas “verdades” e abominem outras.

Por esses e outros motivos, o enfrentamento das fake news é algo complexo e multidisciplinar. Por mais que se mostrem argumentos racionais sobre a improcedência de uma falsa notícia, em qualquer área, haverá pessoas convictas de que não querem se convencer do que lhe é mostrado.

O que as move nesse sentido, então? A paixão pelo que acreditam. E a paixão, sabemos, quase sempre sofre de cegueira. E as crenças habitam frequentemente zonas ainda insondáveis de nosso ser. Mas é bom lembrar, a razão também não dá conta de tudo no mundo.

Assim, desconsiderar essas questões é insistir em monólogos ensurdecedores, onde sobram opiniões e falta bom senso.

O diálogo, o respeito mútuo e a empatia são fundamentais para a concretização de um mínimo de dignidade pelo bem comum.

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