VACINAÇÃO - 9 MAIO 2021
José Horta Manzano
Volta e meia, algum dos luminares do governo se vangloria da rapidez do processo de vacinação anticovid, gargarejando que o Brasil é o 6° país que mais vacinou. Bolsonaro – que justiça seja feita! – escapou dessa. Pela simples razão de ele jamais pronunciar a palavra vacina. Por seu lado, ministros e assessores, que são valentes e não têm medo de agulha, deitam falação. Mas distorcem a realidade.
Com mais de 200 milhões de habitantes (grande parte dos quais espremidos em insalubres megalópoles), é natural que o número de vacinados no Brasil seja expressivo. De fato é. O balanço de 9 de maio indica que quase 47 milhões de cidadãos já receberam pelo menos uma dose do imunizante.
Dito assim, parece enorme. Mas há que relativizar. Esse número milionário representa, na realidade, apenas 22% da população total, ou seja, apenas um em cada cinco habitantes do território nacional recebeu pelo menos uma dose. A imunização avança tímida. Ainda há muito por vir.
Pelo critério de doses aplicadas por 100 habitantes, bem mais realista que números absolutos, o Brasil se classifica em 78° lugar num total de 196 países, com 22,05 doses.
Os primeiros 15 lugares da lista são ocupados por ilhas e pequenos países pouco populosos. Assim mesmo, há alguns “penetras” nessa faixa. Sobressaem Israel, os Emirados Árabes e, surpreendentemente, o Chile, classificado em 12° lugar, com 82,15 doses aplicadas por 100 habitantes.
Reino Unido e EUA, que aparecem antes da 20ª posição, também estão muito bem colocados. Seguem-se os países europeus. Uruguai, onde já foram aplicadas 57,73 doses por 100 habitantes, também merece destaque.
Na faixa em que se situa nosso país – a dos que já aplicaram entre 20 e 30 doses por 100 habitantes –, Turquia, Marrocos, China e Argentina nos fazem companhia.
O que dá angústia é ver países ultrapopulosos como Egito, Congo e Vietnã, cada um com cerca de 100 milhões de habitantes, ainda estacionados nas últimas posições, sem terem aplicado nem uma dose. Perigam tornar-se viveiros de novas cepas, quiçá resistentes às vacinas atuais. Se isso acontecer, o mundo pode ir se preparando para a 4ª onda, a 5ª, a 6ª…
Fonte: brasildelonge.com
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