LULA NÃO TEM EMENDA
José Horta Manzano
Todos devem se lembrar do maior vexame internacional que Lula da Silva impôs ao Brasil. Foi quando, no último dia de seu mandato (31 de dez° de 2010), se recusou a entregar o terrorista Cesare Battisti à Itália. A surpreendente decisão contrariava o STF, atropelava o bom senso e envenenava as relações entre os dois países. A insinuação de que a Itália não tinha sabido julgar o homicida foi recebida, por lá, como afronta, um tapa na cara.
Mas ninguém perde por esperar. O dia do acerto de contas sempre acaba chegando. E chegou para ambos. Por ironia do destino, acabaram os dois atrás das grades. Lula, por ano e meio; Battisti, para o resto de seus dias.
Em março de 2019, já preso na Itália, o terrorista respondeu a um interrogatório. Depois de 40 anos de negativa obstinada, confessou todos os assassinatos pelos quais tinha sido condenado. Assumiu ainda os disparos nas pernas de outras vítimas ‒ método típico dos terroristas dos anos de chumbo na Itália. Admitiu ainda ter participado de uma baciada de assaltos.
A confissão pôs nosso guia em posição desconfortável. Como sustentar agora a tese de que o terrorista era inocente, nada mais que um perseguido político? Lula, na época, estava numa masmorra de Curitiba. Posteriormente, apesar de seu costume de proferir ‘quase verdades’, não houve jeito. Teve de reconhecer que estava errado, mas fez durar o suspense: disse que, se fosse necessário, pediria desculpas.
O momento chegou. Faz uns dias, foi entrevistado pelo segundo canal da RAI (Radiotelevisão italiana). Realmente pediu desculpas aos italianos. Só que a maneira como apresentou o assunto anulou o que tinha acabado de dizer. Deu com uma mão e tirou com a outra.
Para justificar o asilo concedido, Lula confessou que estava enganado sobre Battisti. Acreditava que fosse inocente. Até aí, está no limite do aceitável. Em seguida, admitiu só ter se convencido quando o homem, já preso na Itália, assinou a confissão diante de um juiz.
Ficou claro que, se esperou até ouvir a confissão da boca do próprio Battisti, é porque acredita mais na palavra do encarcerado do que nos veredictos da justiça italiana.
Dos relatos que li na imprensa italiana, nenhum se ateve a esse ponto. Acho que, tão embevecidos estão com nosso ‘pai dos pobres’, que se esquecem de analisar o que ele diz. Este blogueiro, que nunca esteve embevecido pelo personagem, analisou.
Fonte: brasildelonge.com
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