Aceitei o convite para uma pescaria no pantanal. Nosso grupo era formado de casais, com exceção da minha pessoa e do Irineu Passold, então secretário da saúde do município.
Assim, formamos a dupla de pescaria e tivemos o Banana como piloteiro.
Pois foi o Banana que um dia arriscou sairmos mais cedo para tentarmos uns dourados. Mas isto é outra história.
Um ou dois dias antes, a pescaria andava de mal para pior. Vendo um jacaré no sol e com o fito de quebrar a monotonia, perguntei ao piloteiro:
- Banana, jacaré morde?
Ele pensou, avaliou a pergunta e respondeu de forma suscinta:
- Se pisar nele, sim.
Como o Banana não era de muitas palavras, nossa conversa ficou por aí mesmo.
À tarde voltamos ao rio, o sol estava mais forte ainda, não havia vento e para piorar, os peixes estavam sem apetite. Pensei na conversa matutina e lasquei:
- Banana, estive pensando no que você me disse de manhã. Se eu estiver deitado, descansando, curtindo a vida numa boa e alguém pisar em mim, eu também sou capaz de morder!
O Banana foi tomado de surpresa e começou a rir intensamente que quase caiu do barco.
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