Imagem: Google |
Acompanhei desde os alicerces a construção da minha casa em Caxias. A parte de alvenaria propriamente dita ficou a cargo de um pedreiro de apelido Bigode. Um sujeito calmo, de poucas palavras e sobretudo honesto. Era morador do nosso bairro e conhecido de todos por ser um tipo um tanto folclórico.
Pelo fato da construção estar sendo realizada ao lado da casa onde morávamos em caráter provisório, diariamente, depois do almoço, era possível acompanhar o avanço das obras e verificar a necessidade de materiais ou suprimentos de modo a não deixar a obra paralisada.
Escolhemos os azulejos da cozinha e da lavanderia com os mesmos desenhos, diferindo apenas na cor. Os azuis seriam colocados na lavanderia e os cor-de-rosa na cozinha.
Numa das vistorias diárias, notei que os azulejos que estavam sendo colocados na cozinha eram os azuis. O revestimento já estava a uma altura de uns sessenta (60) centímetros.
- Bigode, você tem certeza de que é este mesmo o azulejo desta peça?
Sua reação instantânea denunciou o equívoco mas como era típico dele, se saiu com uma evasiva:
- Mas este é mais bonito! De pronto respondi:
- Tá certo, é mais bonito que o outro, mas quem vai cozinhar aqui, você ou a minha esposa?
Ele coçou a cabeça, parou imediatamente o trabalho e disse que faria a substituição, inclusive repondo as peças que porventura não pudessem ser reaproveitadas.
Como haviam peças sobrando, o Bigode não precisou ressarcir o prejuízo. De qualquer maneira, em razão da velha amizade, eu não cobraria nada dele.
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