DOUTOR MÃOS LIMPAS
José Horta Manzano
Você sabia?
Não é fácil estabelecer com segurança a paternidade da fórmula do álcool em gel (o popular ‘alquingel’). A criança tem muitos pais. Digamos que cada um deles contribuiu para dar um passinho à frente na evolução do produto.
Já em meados do século 19, o obstetra vienense Semmelweis, alarmado com os altos índices de mortalidade em decorrência de doenças contraídas no hospital, propôs o uso de uma solução antisséptica para uso do pessoal hospitalar. Levou tempo até que sua utilização virasse automatismo. Apesar de pouco eficaz, a fórmula continuou em uso, com pequenas variações.
Dr. Didier Pittet |
Nos anos 1990, o médico suíço Didier Pittet, infectologista do Hospital Universitário de Genebra, teve a idéia de associar o álcool a um agente antibacteriano (água oxigenada) e à glicerina. Não fez isso por acaso. Escolheu o álcool, a água oxigenada e a glicerina justamente porque são substâncias que não se podem patentear. Impediu assim que alguma grande indústria farmacêutica se apropriasse da fórmula e a comercializasse com exclusividade.
Dr. Pittet apresentou sua ideia à OMS (Organização Mundial da Saúde), que a aprovou e popularizou no mundo inteiro. Desde então, a fórmula tem sido adotada por médicos, enfermeiras e todo o pessoal da área de saúde para a higiene das mãos. Bem antes do aparecimento da covid, já se agia assim. Tem contribuído muito para baixar o risco de contaminação hospitalar.
Ao longo das últimas décadas, o médico suíço – que ganhou o apelido de Doutor Mãos Limpas – tem sido alvo de distinções no mundo inteiro. Entre outras homenagens, recebeu a comenda da Ordem do Império Britânico. Ele não ganhou nem um centavo com sua fórmula. Mas a humanidade agradece.
Fonte: https://brasildelonge.com
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