A padaria tinha dois donos. Um deles costumava - para produzir os cacetinhos e outros pães de reconhecida qualidade do estabelecimento, em cidade da Grande Porto Alegre - ele próprio "amassar a massa". Talvez por causa dessa repetitividade, o homem se arriscava a contravencionar alguns "amassos corporais" sempre que ficava sozinho com alguma das atendentes.
Até que começou a passar dos limites - o que foi muito bem retratado na petição inicial referendada pela prova testemunhal: o homem desrespeitava as trabalhadoras, chamando-as de "muito peitudinhas"; arriscava-se a "levantar as nossas blusas", "pedia para ver as tatuagens", "passava a mão na cintura da Mainara" etc.
Um dia, ele foi além dos limites. Chamou à sua sala uma trabalhadora admitida dias antes e disparou:
- Oh, Marianinha, onde é que tu estás mais quente?...
Embasbacada, a empregada não respondeu. O padeiro atropelou, apotando com o dedo para algo viril:
- Experimenta aqui! Quente mesmo está o meu pintinho!...
A empregada se retirou incontinenti, a questão foi à Justiça do Trabalho e a juíza condenou a empresa a pagar R$ 20 mil. Meses depois, o caso chegou ao TRT-4, que reconheceu que "o comentário libidinoso, desrespeitoso e inconveniente ofendeu a reclamante que, com toda a razão, tomou a atitude imediata e correta de se retirar do local de trabalho, fazendo jus assim à rescisão indireta".
Mas considerando que o capital social da empresa é de R$ 30 mil, o tribunal entendeu que a cifra de R$ 20 mil era exagerada "e que, assim, o valor - que ora se reduz para R$ 10 mil - se mostra de bom tamanho". (Não o tamanho do pintinho, claro).
Na semana passada, o sócio do padeiro chamou-o na pua:
- A empresa não vai pagar o preço da tua tara. Tu pagarás do teu bolso esses 10 mil reais.
O padeiro erótico concordou. Mas por conta desse gasto extra, teve que cancelar as férias de fim-de-ano que passaria em Portugal.
Fonte: www.espacovital.com.br
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