VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Meraldo Zisman
A violência doméstica é uma questão global de saúde pública
O confinamento adotado como defesa contra a pandemia talvez seja necessário, mas pode gerar um aumento dos casos de violência contra mulheres, crianças e idosos. A violência psicológica é uma das formas mais prevalentes de violência doméstica, afetando mais as mulheres do que os homens, embora estudos sobre esse tema sejam escassos.
As pesquisas abrangem muito pouco esse aspecto da agressão. Agressões, sejam elas físicas ou psicológicas, perpetradas por familiares (maridos, ligações estáveis, companheiros, namorados e até dos filhos e filhas maiores) contra mulheres de 60 anos ou mais quase não são mencionadas. Recente estudo comprovou que as participantes indicam mais frequentemente os abusos psicológicos e logo a seguir vem a queixa de serem negligenciadas. As mulheres mais velhas expressam sentimento de tristeza, raiva e medo, que incluem efeitos negativos sobre a própria Saúde. Enfatizo que tentativas dessas vítimas de recorrer aos serviços especializados não obtiveram muito êxito.
Insisto: tornou-se imperativo criar uma rede de apoio tanto ao agressor quanto à vítima.
É necessário e urgente o desenvolvimento de programas educacionais para os agressores e para as agredidas/confinadas. Durante o confinamento, seres vivos (humanos ou animais) são mantidos dentro de um espaço delimitado. Este tipo de violência contra as idosas ficou mais evidente durante a pandemia de COVID-19, quando vários países adotaram o confinamento (em inglês, “lockdown“), tentando evitar a circulação de pessoas para adiar o contágio de mais pessoas pelo novo coronavírus.
Embora estejam alijadas dos processos de tomada de decisão, as mulheres são historicamente a maioria da população brasileira e compõem a maioria absoluta da força de trabalho relacionada ao assunto Saúde. Afirmo, sem medo de errar, que elas, as mulheres, têm papel fundamental para a superação das pandemias.
Sublinho: louvar o que é deslembrado, torna querida a lembrança. Pois o que lembro, tenho, já afirmava Guimarães Rosa (1908-1967).
Insisto: tornou-se imperativo criar uma rede de apoio tanto ao agressor quanto à vítima.
Fonte: http://www.chumbogordo.com.br
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