Nosso destino: Paris. Embarcamos na hora prevista num vôo da Air France e pela primeira vez utilizamos uma aeronave com dois andares. Ficamos no andar superior. A viagem transcorreu sem maiores problemas e praticamente não sentimos qualquer turbulência, de modo que foi possível dormir com o conforto próprio de quem viaja na classe econômica. Os problemas ocorreram já em terra.
Após um pouso perfeito e com a aeronave já
definitivamente parada, todos nós passageiros começamos a nos preparar para o
desembarque. Só que o tempo habitual para que a movimentação fosse notada durou
mais do que o normal. Não posso precisar quantos minutos se passaram até nos
vermos fora do avião. Durou uma eternidade a partir do momento em que
nos avisaram de um problema com a porta e que deveríamos desembarcar pela porta
de emergência.
Comecei a imaginar como seria o inusitado desembarque, já que
nestes casos, os procedimentos de segurança informam que os passageiros devem
deslizar sobre uns tobogans. A considerar a altura em que estávamos, escorregar
tobogã abaixo não deixaria de ser divertido.
Para minha, digamos, decepção, nada do previsto
aconteceu, a começar pela permanência da porta de emergência do piso superior
totalmente fechada. O tempo de espera na movimentação dos passageiros, depois
vim a constatar, deu-se em razão do deslocamento da ponte de acesso para a
porta de emergência, o que nos dispensou de sairmos de escorregador. Assim é
que, descontado o pequeno incidente, o desembarque ocorreu dentro da
normalidade.
Passamos pela imigração sem maiores problemas. Restava apanhar as malas, rotina que
sempre causa uma certa angústia até obtermos a certeza de que elas chegaram. Só
a partir daí pode-se dizer que a viagem, tranquila como planejado, efetivamente
iniciará.
Identificamos a esteira para onde nossas malas seriam destinadas e,
pasmem, mesmo no primeiro mundo, nem tudo funciona com um relógio suíço.
Simplesmente a esteira permaneceu parada por um tempo enorme até que alguém se
dignou a informar que o equipamento estava estragado e que estavam consertando. E mais, não haveria possibilidade de troca de esteira visto que as malas já tinham sido
depositadas no setor que as traria até a esteira problemática.
A impaciência dos
passageiros era enorme. Vi um senhor, aos brados, reclamando num setor do
aeroporto, e embora o meu francês seja bem precário, consegui entender a sua
indignação dizendo ser inconcebível o que estava ocorrendo, pois, segundo ele,
estávamos em Paris, uma das portas de entrada do turismo europeu e coisas do
gênero.
Também aqui não sei o tempo que perdemos, mas não foi pouco. Quando
finalmente a esteira começou a funcionar, dos males o menor, nossas malas
chegaram.
Mas o nosso périplo não havia terminado. Não visualizamos nenhuma
placa com o nosso nome o que indicava que o serviço de transfer havia falhado, claro, pelo atraso relatado. Por telefone, fiquei sabendo que à vista de outros compromissos e diante
da longa espera, o motorista viu-se obrigado a cumprir outras tarefas, ficando no
aguardo do nosso contato, que finalmente ocorreu. O que fazer? Aguardamos a sua
chegada e agora sim, finalmente, fomos em direção ao nosso hotel, que
felizmente era bem localizado e onde tudo funcionou perfeitamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário