Os romanos nunca teriam tido tempo de conquistar o mundo se antes tivessem tido que aprender latim. (Heinrich Heine, poeta alemão, 1797-1856)
terça-feira, 31 de março de 2020
LUGARES
ROTHENBURG - ALEMANHA
Rothenburg ob der Tauber é uma
cidade francônia no estado da Baviera, Alemanha. Localiza-se na região administrativa
de Mittelfranken, no distrito Ansbach. A cidade atrai todos os anos
muitos turistas, pois até hoje conseguiu preservar seu ambiente medieval, com
seu antigo muro ao redor do centro velho praticamente intacto. Passa pela cidade o rio Tauber, além
da Rota Romântica (Romantische Straße). A cidade está localizada 65 km a oeste
de Nuremberg.
ROMANCE FORENSE
Os nomes são fictícios. Ichiro veio do Japão ao Brasil ainda menino e Aoshi, 15 anos depois, já moça – quando os costumes orientais tinham sido modificados. Conheceram-se aqui e casaram pelas leis brasileiras.
Ele não permitia que ela se relacionasse com vizinhos e exigia que ela usasse sempre saias compridas. E quando os dois brigavam, ele ordenava que ela saísse de casa, não permitindo que, no mesmo dia, voltasse ao lar. Terminou em separação judicial litigiosa, que adentrou no exame da culpa: "o casamento findou só por culpa do marido", sendo improcedente a ação reconvencional que ele propusera contra a mulher. A etapa seguinte do litígio foi no TJ.
“O marido impunha à mulher o jugo da submissão” – contou o relator, depois de destacar o depoimento de uma testemunha (uma das poucas amigas do casal) que - em enrolada fala misturando português e japonês - informara que “o conflito conjugal era motivado pelo choque de culturas”.
O depoimento revelou também que "ele era um homem trabalhador e honesto, mas exigia da esposa, no Brasil, o mesmo padrão de 40 anos atrás no Japão: proibição de dirigir veículos; não levantar a voz; nunca sair de casa sozinha, jamais andar à frente do marido".
Mas, segundo outra testemunha "a mulher Aoshi é moderna, originária dos padrões culturais e intelectuais dos tempos atuais, instrução superior”.
Na apelação que Ichiro apresentou – e que foi provida pela Câmara – os magistrados decidiram pela “culpa concorrente, justamente representada pelo choque de culturas, que ambos praticavam de formas totalmente diferentes".
Quando arrematava seu voto, o relator acrescentou um detalhe revelador:
- E pelo depoimento dela, fico sabendo que o marido não permitia à esposa que tomasse a iniciativa das relações sexuais. Aliás, o próprio cônjuge, ao depor, admitiu o que ele chamou de ´reserva conjugal´.
Houve um silêncio na pequena plateia e, apropriadamente, o desembargador observou:
- Esse detalhe não é para as notas taquigráficas, nem para o acórdão. Vamos ficar só no choque de culturas!...
Fonte: www.espacovital.com.br
segunda-feira, 30 de março de 2020
LUGARES
CINQUE TERRE - ITÁLIA
Via dell'amore |
Cinque Terre é o nome dado a um acidentado trecho de terra, na Itália, na costa da Riviera Ligure situado entre Punta Mesco próximo a Levanto e o Cabo de Montenero próximo a Portovenere e compreende as comunas de Monterosso, Vernazza, Riomaggiore com os distritos de Corniglia e Manarola. Constituem uma das principais atrações turísticas da Riviera Ligure. Estas localidades, que junto com Porto Venere e as ilhas de Palmaria, ilha de Tino e Tinetto foram declaradas em 1997 Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, são caracterizadas pelo relevo montanhoso próximo ao mar. Típicos desta zona são os terraços devidos à particular técnica agrícola usada para usufruir tanto quanto possível os terrenos com grande inclinação.Dada a localização pouco dotada de infraestrutura de estradas, o acesso mais fácil é por ferrovia. Todas as cinco localidades, dispostas sobre a linha ferroviária Gênova-La Spezia, têm uma estação. Atração interessante é a estrada do amor (via dell'amore) que com sua história é ligada à ferrovia Gênova - La Spezia. A estrada era usada no início de 1900 para depositar o pó de disparo utilizado na construção da galeria ferroviária entre Riomaggiore e Manarola. O melhor modo de visitar Cinque Terre é a pé percorrendo o assim chamado "sentido Azzurro" (cerca de cinco horas).
domingo, 29 de março de 2020
PERDIDOS NA NOITE
Em 1969, o vencedor do Oscar de melhor filme foi Perdidos na Noite (Midnight Cowboy). Os principais atores eram Dustin Hoffman e JohnVoight (o pai da Angelina Jolie).
A música foi hit da época. A "simplicidade" e "ingenuidade" deste"Clip" em termos de Produção Visual, não tiram a beleza dessa canção de Harry Nilsson, feita em 68 e inserida no filme.
LUGARES
PENHA - SANTA CATARINA
Penha [SC]: "Igreja São João Batista, a modernidade sobrevive em meio ao
passado. Lusos e portugueses têm nesta igreja, as marcas da civilização,
pois com sabedoria deixaram para a nova geração, as marcas do passado,
preservando o Patrimônio Histórico e Religioso do seu povo, para orgulho
dos catarinenses."
Ademir Pfiffer - Historiador
MOBILIDADE URBANA
Primeiros dias de janeiro do ano de 2009. Estávamos em Milão e em duas oportunidades encontramos cartazes publicitários da Comune. Fiquei intrigado com os dizeres "Hai voluto l´auto? Adesso pedala!". Algo como: "Você quis o automóvel? Agora pedala!". Uma forma elegante de dizer "bem feito".
Para nós que ainda não discutíamos o tema mobilidade urbana, aquilo soava diferente. Fotografei os cartazes, mais por curiosidade, e as fotos ficaram no arquivo.
Na oportunidade não chequei, digamos, a parte publicitária do cartaz. Só agora verifiquei que no canto inferior direito encontra-se a logomarca BIKEMI e em letras menores lê-se: "Il bike sharing è arrivato a Milano". Portanto, anunciava-se que o compartilhamento de bicicletas havia chegado a Milão.
Segundo pesquisei, um dos modos para se locomover em Milão se chama BikeMi e é o serviço de compartilhamento de bicicletas da prefeitura da cidade.
São 128 estações espalhadas por toda a cidade (a maior parte concentradas dentro dos 1º e 2 º anéis) que permitem que você alugue uma bicicleta por uma diária de 2,50 euros. Clique aqui para saber mais sobre o compartilhamento de bicicletas.
Enquanto isto, continuamos dando ênfase ao "quatro rodas" que aos poucos vai inviabilizando o funcionamento das cidades e gerando mais e mais poluição.
Enquanto isto, continuamos dando ênfase ao "quatro rodas" que aos poucos vai inviabilizando o funcionamento das cidades e gerando mais e mais poluição.
sábado, 28 de março de 2020
FACEBOOK NA VIDA REAL
FACEBOOK NA VIDA REAL
Valther Ostermann
Claro que você já leu nas redes sociais, mas vale o registro pela crítica comportamental embutida no texto bem-humorado, cuja autoria desconheço:
"Para as pessoas da minha geração que não compreendem realmente porque existe o Facebook, WhatsApp etc.
Atualmente, estou tentando fazer amigos fora do Facebook, enquanto utilizo os mesmos princípios.
Portanto, todo dia eu ando pela rua e digo aos pedestres o que eu comi, como me sinto, o que fiz na noite anterior e o que farei amanhã. Em seguida lhes dou fotos de minha família, do meu cachorro e fotos minhas cuidando do jardim, comendo, passando o tempo na piscina, etc.
Também ouço suas conversas e digo que amo todos eles.
E isto funciona!
Eu já tenho três pessoas me seguindo: dois policiais e um psiquiatra!"
Fonte: Facebook
sexta-feira, 27 de março de 2020
LUGARES
FIORDE DE NAEROY - NORUEGA
O fiorde de Nærøy é um fiorde situado na comuna de Aurland, em Sogn og Fjordane, na Noruega. Possui uma extensão de cerca de 20 quilómetros, sendo na realidade uma ramificação de um fiorde maior denominado fiorde de Sogn.
Em 2005, o fiorde de Nærøy passou a figurar na lista do Património da humanidade daUNESCO, a par com o fiorde de Geiranger. Os fiordes encontram-se afastados por 120 km e integram-se na paisagens dos fiordes ocidentais noruegueses. A sua beleza natural deriva das suas rochas íngremes, que se erguem até 1400 metros acima do nível médio das águas do mar norueguês e descem até 500 metros abaixo desse nível. As suas paredes oferecem inúmeras quedas de água, os seus cumes escondem florestas de coníferas, glaciares e rios.
O ponto mais estreito do fiorde de Nærøy possui 250 metros de largura, sendo a sua largura diminuta ao longo de toda a sua extensão. A quase ausência de tecnologia moderna ao longo de toda a sua paisagem contribui para a atmosfera mágica que emana. (wikipédia)
MR. MILES
Como conhecer o mundo por US$ 30 ao dia
Depois de ser afagado pelo seu fã-clube na Moldávia, mr. Miles não voltou a estabelecer contato com a redação. Limitou-se a nos mandar a carta da semana:
Caro mr. Miles: quero viajar pelo mundo gastando, no máximo, US$ 30 por dia. Sou jovem e estou pronto para qualquer dificuldade. O importante, como o senhor sempre diz, é que quero conhecer o mundo.
Caio Fasoli Lemes, por e-mail
"Well, my friend: talvez eu não seja a pessoa mais apropriada para responder à sua pergunta. Como é de conhecimento geral, passei metade de minha vida viajando à tripa forra, demolindo a generosa fortuna que herdei de uma desconhecida aparentada. E, graças aos amigos que fiz durante esse período, hoje viajo pelo mundo como sócio remido de oito programas de milhagem e geralmente hospedo-me com eles (muitos dos quais são proprietários e gerentes de hotéis ou pousadas). Anyway, dear Caio: o mais importante é a sua determinação. Com ela - e disposto a aguentar alguns perrengues -, você vai muito longe.
Trinta dólares, I must say, não são exatamente uma fortuna. Se você estiver em um país caro como a Noruega ou o Japão, não vejo alternativas que não a de dormir nos parques públicos e alimentar-se de peixes crus. Mas não em restaurantes: vá cedo ao mercado, escolha um pedaço de atum e faça um sushi com seu próprio canivete. Em Oslo, for instance, um copo de cerveja custa o seu orçamento diário.
Em outras palavras, my friend, talvez seja o caso de evitar os países onerosos e deixá-los para o momento em que seu budget for um pouquinho maior - o que certamente ocorrerá porque as viagens são como pós-graduações e aumentam seu valor no mercado de trabalho. On the other hand, há inúmeros lugares em que seus dólares, ainda que minguados, se farão valer. Em albergues simples, em casas de família de lugares com tradição em hospitalidade, em campings (se você concordar em levar uma barraca) e, well, não vejo muitas outras opções...
Tenha o cuidado de viajar sempre na baixa estação de lugares turísticos. O conselho não é lá muito sábio, mas vale lembrar que destinos movimentados têm fartura de hospedagem. E, of course, quando estão às moscas, costumam fazer qualquer negócio. Em sua faixa de gastos - let's say US$ 20 para dormir e US$ 10 para comer -, você terá de ser bastante tolerante a ratos e baratas e, probably, não poderá reclamar de banhos frios. Mas o que são esses pequenos dissabores diante da possibilidade de conhecer o mundo? Don't you agree?
Meu velho amigo Tony Wheeler, o criador dos guias Lonely Planet, hospeda-se, nowadays, em hotéis cinco-estrelas. However, quando está em algum lugar remoto e sem estrutura, considera qualquer tipo de espaço para dormir uma mordomia de luxo.
Seguindo com sua viagem, dear Caio, é preciso ter em mente que muitas das atrações não caberão em seu orçamento. Você poderá, entretanto, vê-las de longe ou nos cartões-postais. E há museus que têm entrada franca uma vez por semana. Basta você saber qual é o dia certo para visitá-los. O problema, I'm sorry to say, são as multidões que costumam deixar os visitantes acotovelados para ver, for instance, um pedacinho da roupa do personagem retratado por um grande mestre de seu agrado.
Relendo as linhas que escrevi até agora, Caio, julgo que, pela primeira vez em tantas crônicas, passo a impressão de que não vai valer a pena viajar com um orçamento tão baixo. Pois believe me: suas lembranças serão únicas e, no futuro, ao contá-las para seus filhos, você perceberá que, anyway, valeu a pena. Se, porém, você sentiu um certo desânimo, tenho uma outra sugestão. Considere a possibilidade de fazer essa viagem na metade do tempo para o qual você se planejou. Se você estiver pensando em um ano, calcule seis meses. Se for três meses, diminua para um mês e meio. Será, in fact, uma pena. However, seu orçamento dobrará. Do you know what I mean?"
Fonte: O Estadão
quinta-feira, 26 de março de 2020
NÃO TROPECE NA LÍNGUA
ACENTUAÇÃO - PROPAROXÍTONAS
Se há um aspecto da língua que diz
respeito a todas as categorias de escribas é sem dúvida a acentuação.
Ortografia é fundamental, é o complemento de um bom texto. Acentuar
corretamente é importante em qualquer situação. Mesmo nas mensagens
eletrônicas a que se quer atribuir algum valor. Como nem todas as
pessoas escrevem em computador ou dispõem de um bom corretor
ortográfico, vamos relembrar, numa série de artigos, as regras e a razão
dos acentos gráficos em português.
A acentuação gráfica serve para informar a leitura correta
das palavras. Alguns acentos indicam a intensidade e outros informam se
a pronúncia é aberta ou fechada. Devemos nos lembrar que a língua
portuguesa é predominantemente paroxítona: caneta, escrevo, amamos, dizem, jovens, claro, clareza, varia, horas, saia, banana, carinho...
e por aí seguem milhares de palavras com pronúncia forte (tonicidade)
na penúltima sílaba. Há também aquelas – em menor número – cujo acento
tônico recai naturalmente na última sílaba: são as palavras terminadas
em i, u, r, l, ão, ã, como ali, caju, valor, papel, falarão, maçã. O acento gráfico, portanto, marca a exceção.
Assim, devem ser acentuadas todas as palavras cujo acento tônico
(intensidade de pronúncia) recaia sobre a antepenúltima sílaba. São as proparoxítonas, que constituem sensível minoria em português, como pêssego, lâmpada, fenômeno, límpido, ácido, tíquete, revólveres, êxito, estereótipo, rubéola, fac-símile, debênture.
A importância do acento – agudo ou circunflexo – para informar a
pronúncia correta pode ser vista nos pares de exemplos abaixo:
- Meu pai sempre pacifica seus netos. / Sua família é pacífica e ordeira.
- Ela critica seu modo de cozinhar. / Ela é uma pessoa muito crítica.
- Não publico meus discursos agora, mas no futuro o farei. / Não frequento parque público.
- Sempre me exercito de manhã cedo. / O menino tem um exército de brinquedo.
- Pratica bastante, que aprenderás logo. / A prática é diferente da teoria.
- Espero que o cantor interprete minhas favoritas./ O embaixador solicitou um intérprete.
- Será que você não duvida de nada? / Qual é a sua dúvida agora?
- Não habito no paraíso dos meus sonhos. / O hábito não faz o monge.
- O trânsito vitima milhares de pessoas por ano no Brasil. / A população é a vítima.
- Peço que analises estas amostras de sangue. / As análises serão feitas no laboratório X.
- Já nem calculo quanto tempo perdi. / Fez o cálculo da areia necessária para a construção.
- Eu mesma digito meus artigos. / O dígito verificador foi calculado de maneira errada.
- A bandeira tremula ao gosto do vento. / Fez a assinatura com mão trêmula.
- Jamais trafego à margem da rodovia. / Evito os percursos de tráfego mais pesado.
- Todo verão a loja liquida seus estoques. / Prefiro medicação líquida a comprimidos.
Imagine ler o termo grifado à direita como se não tivesse acento. Que
diferença! Devemos lembrar ainda que os verbos não fogem à regra. Muitos
deles, quando estão na primeira pessoa do plural, precisam ser
acentuados por serem proparoxítonos: “Era maravilhoso quando saíamos juntos, como se fôssemos parar no tempo... Não dispúnhamos de dinheiro mas não perdíamos o bom humor. Levávamos a vida cantando, como se quiséssemos mostrar a todos quanto éramos felizes.”
Da mesma forma devem levar acento os nomes próprios proparoxítonos: Amábile, Ânderson, Ângela, Angélica, Émerson, Éverton, Eurídice, Jéferson, Orígenes, Róbinson, Rosângela, etc.
Fonte: www.linguabrasil.com.br
quarta-feira, 25 de março de 2020
LUGARES
MÉTSOVO - GRÉCIA
Métsovo é um cidade no Épiro no norte da Grécia, entre Janina ao norte e Metéora ao sul. É o maior centro da cultura aromena na Grécia. Conta com pouco mais de seis mil habitantes e com uma área de 366,8 km². (Wikipédia)
PAVIO
Por Sérgio Jockymann
Pois, basta olhar um touro para se saber que não há nada dentro daquela cabeça. Tanto é verdade, que o valor de um bicho desses está justamente quase na outra extremidade. E foi justamente após uma longa e cuidadosa olhada na parte em questão de um touro do major Aparício, que seu Feliciano decidiu comprar o bicho. Pagou trinta contos, o que deu assunto suficiente para Vila Velha perder o sono e não faltou até peregrinação para examinar as qualidades do bicho. Ha, sim, era um lindo touro. Desses com jeito grave de desembargador aposentado. Cada vez que parava de ruminar e derramava um olhar pela assistência, todo mundo continha a respiração aguardando uma citação em latim. Isso punha o seu Feliciano nas nuvens, porque até então ele só criava gado do tipo que todo mundo carneia, não para aproveitar a carne, mas só para não ver aquele espantalho vivo. Só o nome do bicho era uma desconsideração. Chamava-se Pavio, por força de um incidente de nascimento, quando em pleno trabalho de parto, o lampião apagou e o capataz só atinava a berrar:
- Aumenta o pavio, aumenta o pavio.
Como o peão ajudante era surdo, não entendia os berros e por fim o capataz só gritava:
- Pavio, Pavio.
O bicho que veio, já veio com nome feito. Houve uma tentativa de batizar o coitado com um nome mais sonoro, mas não adiantou porque todo mundo só perguntava:
- Como vai o Pavio?
E aí o nome pegou e o Pavio ficou.
Seu Feliciano conseguiu uma explicação medonha para o nome e até as damas, embora tapando os ouvidos, concordaram com a história. Pavio cresceu e se fez touro. Tudo sem alarde, porque era discreto. Mas os instrumentos indispensáveis para a sua atividade eram de provocar entusiasmo nos criadores, que profetizavam um futuro risonho para seu proprietário:
- Esse bicho vai pagar-se muito cedo.
Veio a primavera e após uma conferência rápida com o veterinário, seu Feliciano mandou que o Pavio fosse apresentado às futuras esposas. E aí a tragédia começou. O Pavio não apenas passeou sobranceiro pelo meio das vacas, como meteu os chifres na mais aflita. Seu Feliciano que havia convidado a família inteira para a cerimônia, ficou vermelho como um tomate e fez o sinal da cruz. Só não explodiu ali mesmo, porque a dona Dadinha acalmou:
- Tudo na vida leva tempo.
Mas no dia seguinte, a terrível cena se repetiu. E durante a semana toda, por maior que fosse a insistência das damas, o Pavio não demonstrou a menor intenção de sair do celibato. Na segunda-feira, o dr. Honório foi arrancado da cama às três da manhã e às cinco já examinou o bicho.
- E daí?
- Tá inteiro, seu Feliciano.
- Inteiro e não tem apetência?
- Vai ver que é uma fase.
Trinta dias e a fase não passava. O Honório foi chamado de incompetente, quis sacar o revólver e quase que uma desgraça se transforma em duas. Veio a família toda acalmar seu Feliciano enquanto o dr. Honório insistia:
- Competência ele tem, o que não tem é vontade.
Receitou uma mudança de ração que não produziu o menor resultado. Quando entrou o segundo mês, a cidade inteira já falava mal do bicho. Era dizer Pavio e todo mundo caía na gargalhada. No terceiro mês, seu Feliciano deu uma bofetada no filho do Antoninho do Cartório, porque o rapaz teve o atrevimento de sugerir:
- Bota o Pavio com o boi que ele se acha.
Coisas como essa abalam a alma de um homem. Seu Feliciano não dormia mais. No quarto mês, trouxe lá das barrancas do Uruguai o João Capetinha, que era benzedor afamado. O homem veio, deu três voltas ao redor do Pavio e disse que era olho grande.
- Tem inveja nesse bicho, seu Feliciano.
Pendurou um sapo morto no pescoço do Pavio, que nem por isso mudou de atitude. Aí veio a Siá Chica, que misturou umas porcarias e passou o resultado em certas partes do touro. O Pavio ficou meio inquieto, mas foi inquietação de solteirão dessas que a gente vence sem companhia. Nesta altura um castelhado disse que vaca branca com pinta preta na testa era bater e valer. O Pavio deu uma chifrada na que encontraram. Seu Feliciano arrancava os cabelos e já começava a sofrer do mesmo mal.
- Raio de bicho cafajeste.
E começou a ter raiva do Pavio. Todo o dia, ia para a frente do touro e xingava o coitado com o que havia de pior. Também não resolveu, mas pelo menos aliviou um pouco a pressão da casa. Até que um ano depois, seu Feliciano tomou uma resolução drástica. Entrou na estrebaria, caminhou direto para o bicho, estendeu o dedo e jurou:
- Tu vai ser o primeiro boi de trinta contos.
Dizem até hoje que o Pavio não dormiu aquela noite e que as duas da manhã mugiu quinze minutos sem parar. Às quatro, seu Feliciano acordou e mandou preparar os instrumentos.
- Esse serviço eu quero fazer pessoalmente.
Cinco horas o Pavio deixou de mastigar, olhou para os lados e sem mais nem menos deu um urro pavoroso. Foi urrar e sair num arranco, levando metade da parede com ele. Ficou um segundo para pegar a orientação certa e se abalou pelo campo. Seu Feliciano que vinha saindo de casa, deu um berro ainda maior.
- Pega esse sem vergonha.
E saiu a pé atrás do Pavio que desabalava pela coxilha. Quando seu Feliciano, mais morto que vivo, chegou no topo e olhou para baixo, se atirou no chão e começou a rolar de um lado para outro. O pessoal que chegou ainda deu com ele rindo e rolando, rolando e rindo. Lá embaixo o Pavio cumpria a sua missão. E embora o dr. Honório negue de pés juntos que isso seja possível, a verdade é que dali para frente, sempre que seu Feliciano chegava na estrebaria dizia:
- Sai dessa moleza se não tu vira boi.
O Pavio bufava e saía correndo pela porta atrás de serviço. E só por isso, seu Feliciano sempre que tinha visita, apontava para o Pavio e dizia:
- Esse bicho é um Ruy Barbosa.
E Pavio tomava ar de sério como se fosse confirmar com uma citação latina. (JOCKYMANN, Sérgio. Vila Velha, Porto Alegre : Editora Garatuja, 1975, p. 108)
terça-feira, 24 de março de 2020
LUGARES
LAGO MISURINA - ITÁLIA
O Lago Misurina é o maior lago natural do
Cadore, região de Belluno, e está a 1754 metros acima do nível do mar. Tem um
perímetro de 2,6 km e uma profundidade média de 5 metros. No inverno a
superfície fica congelada. Além de ser um destino turístico muito procurado,
tanto no inverno como no verão, também apresenta uma localização de clima
saudável, indicado para quem sofre de patologias respiratórias. O prédio que
servia aos reis d´Itália, atualmente abriga um centro de recuperação de asma
infantil.
ROMANCE FORENSE
VENENO NA INTIMIDADE
"Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher" - diz o ditado.
O leitor já deve ter lido sobre tentativas bizarras de tirar a vida do parceiro, mundo afora, mas vai se surpreender com esta: uma paulista de São José do Rio Preto teria colocado veneno nas próprias partes púdicas para tentar intoxicar o marido.
O homem, que diz não ter caído na manobra, suspeitou de algo estranho, vestiu-se e correu para a delegacia. Ali contou tudo ao plantonista.
Surpreso com o inusitado, o escrivão mandou chamar o delegado. Este mandou que o homem supostamente intoxicado fosse imediatamente periciado. Mais: que a mulher fosse buscada em casa, para submeter-se a uma perícia ginecológica.
Contrariando o ditado que inicia o romance de hoje, o ofício expedido ao médico de plantão no hospital definia: a) "fazer uma coleta na região genital supostamente intoxicada da mullher". Em outras palavras, mandava "meter a colher".
Obtido o material, ele foi enviado para São Paulo (capital), para ser examinado. Com o retorno e o relatório do inquérito, tudo foi remetido ao fórum.
Mas há segredo de justiça.
Fonte: www.espacovital.com.br
segunda-feira, 23 de março de 2020
MEU MUNDO, MEU PERIGO
Por Fernando Albrecht
Quando eu era menino e já encaminhando para a adolescência, meus temores eram os mesmos de todos, eu acho: medo do mundo. À medida que fui crescendo e lendo cada vez mais, passei a temer doenças e a III Guerra Mundial. No primeiro caso era a tuberculose, tétano – perdi um irmão que não conheci, o Mario para esta terrível doença – e a então chamada lepra.
Basicamente eram essas, mais o estresse normal desta idade de crescimento. Em uma ocasião, fui picado no polegar por uma cobra. Meus pais tinham viajado, então apelei para uma senhora de São Vendelino que fazia remédios com ervas. Fiquei mal por três dias, mas passou.
Quando comecei a ler mais sobre bomba atômica, meus temores se estenderam para os efeitos da radioatividade. Quem viu a série Chernobtl vai me entender. Foram os tempos da guerra fria.
A literatura sobre o fim do mundo, a chegada do Apocalipse me pegou de cheio por causa da Igreja Católica. Mas antes disso, o medo maior foi o inferno
Os padres adoravam falar nele. Via de consequência, o medo maior era virar espetinho de gente com direito a espetadas de salmoura na churrasqueira de Belzebu.
Vocês mais jovens não têm ideia do pavor que a Igreja inculcou nas crianças e adolescentes. Dava a impressão que seriam queimadas para todo o sempre, mesmo se confessanso, algo como estar amparado por liminar.
Resumindo, meu maior medo era o inferno da Igreja Católica. Nunca cheguei a pensar em pandemias ou algo assim.
Hoje a temos. Moral: mudam os tempos e a idade, sempre vivemos com algum tipo de medo. O inferno é aqui.
Fonte: http://fernandoalbrecht.blog.br
LUGARES
VIENA - ÁUSTRIA
Situado no Burggarten, nem sempre foi este o lugar do monumento ao compositor salzburguês, Wolfgang Amadeus Mozart. Em 1891, para celebrar o centenário da morte de W. A. Mozart, se organizou um concurso para erigir um monumento ao compositor. Misteriosamente, el vencedor do concurso, Eduard Hellmer, no foi quem realizou a obra. Sua realização é creditada a Viktor Tilgner. Inaugurado en 1896, foi trasladado desde sua localização original na praça de Albertina hasta el lugar que ocupa atualmente, no ano de 1953.OBSESSÃO
A culpa não é minha, delegado. É do nariz dela. Ela tem um nariz arrebitado, mas isso não é nada. Nariz arrebitado a gente resiste. Mas a ponta do nariz se mexe quando ela fala, delegado. Isso quem resiste? Eu não. Nunca pude resistir a mulher que quando fala a ponta do nariz sobe e desce. Muita gente nem nota. É preciso prestar atenção, é preciso ser um obsessivo como eu.
•••
O nariz mexe milímetros, delegado. Para quem não está vidrado, não há movimento algum. Às vezes só se nota de determinada posição, quando a mulher está de perfil. Você vê a pontinha do nariz se mexendo, meu Deus. Subindo e descendo. No caso dela também se via de frente. Uma vez ela reclamou, “Você sempre olha para a minha boca quando eu falo”. Não era a boca, era a ponta do nariz. Eu ficava vidrado no nariz. Nunca disse pra ela que era o nariz. Eu sou louco, delegado? Ela ia dizer que era mentira, que seu nariz não mexia. Era até capaz de arranjar um jeito de o nariz não mexer mais.
•••
Mas a culpa mesmo, delegado, não é do nariz, não é dela e não é minha. A culpa é da inconstância humana. Ninguém é uma coisa só, nós todos somos muitos. E o pior é que de um lado da gente não se deduz o outro, não é mesmo? Você, o senhor, acreditaria que um homem sensível como eu, um homem que chora quando o Brasil ganha bronze, delegado, bronze? Que se emocionava com a penugem nas coxas dela? Que agora mesmo não pode pensar na ponta do nariz dela se mexendo que fica arrepiado? Que eu seria capaz de atirar um dicionário na cabeça dela? E um Aurelião completo, capa dura, não a edição condensada ou o CD? Mas atirei. Porque ela também se revelou. Ela era ela e era outras.
•••
A multiplicidade humana é isso. A tragédia é essa. Dois nunca são só dois, são dezessete de cada lado. E quando você pensa que conhece todos, aparece o décimo oitavo. Como eu podia adivinhar, vendo a ponta do narizinho dela subindo e descendo, que um dia ela me faria atirar o Aurelião completo na cabeça dela? Capa dura e tudo? Eu, um homem sensível? Porque ela não era uma, delegado. Tinha outra, outras, por dentro. Tudo bem, eu também tenho outros por dentro. Por exemplo: nós já estávamos juntos havia um tempão quando ela descobriu que eu sabia imitar o Silvio Santos. Sou um bom imitador, o meu Romário também é bom, faço um Lima Duarte passável, mas ninguém sabe, é um lado meu que ninguém conhece. Ela ficou boba, disse “Eu não sabia que você era artista”. E eu também sou um obsessivo. Reconheço. E a obsessão foi a causa da nossa briga final. Tenho outros por dentro que nem eu entendo, minha teoria é que a gente nasce com várias possibilidades e quando uma predomina as outras ficam lá dentro, como alternativas descartadas, definhando em segredo, ressentidas. E, vez que outra, querendo aparecer. Tudo bem, viver juntos é ir descobrindo o que cada um tem por dentro, os dezessete outros de cada um, e aprendendo a viver com eles. A gente se adapta. Um dos meus dezessete pode não combinar com um dos dezessete dela, então a gente cuida para eles nunca se encontrarem. A felicidade é sempre uma acomodação.
•••
Eu estava disposto a conviver com ela e suas dezessete outras, a desculpar tudo, delegado, porque a ponta do seu nariz mexe quando ela fala. Mas aí surgiu a décima oitava ela. Nós estávamos discutindo as minhas obsessões. Ela estava se queixando das minhas obsessões. Não sei como, a discussão derivou para a semântica, eu disse que “obsedante” e “obcecante” eram a mesma coisa, ela disse que não, eu disse que as duas palavras eram quase iguais e ela disse “Rará”, depois disse que “obcecante” era com “c” depois do “b”, eu disse que não, que também era com “s”, fomos consultar o dicionário e ela estava certa, e aí ela deu outra risada ainda mais debochada e eu não me aguentei e o Aurelião voou. Sim, atirei o Aurelião de capa dura na cabeça dela. A gente aguenta tudo, não é delegado, menos elas quererem saber mais do que a gente.
Arrogância intelectual, não.
Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com
domingo, 22 de março de 2020
AQUARIUS
Esta música é do filme Hair (1979), que foi inspirado na peça musical da Broadway (1968) de mesmo nome. Escrita por James Rado, Gerome Ragnee Galt MacDermot, a canção ficou por 6 semanas em primeiro lugar na U.S. BillBoard Hot 100, no ano de 1969. Ganhou vários prêmios, tais como: Grammy Award for Record of The Year e Best Contemporary Vocal Performance by a Group (este depois que o álbum The Age of Aquarius foi lançado). Na versão do filme, a performance da música é feita por Melba Moore.
UMA NOITE MAL DORMIDA
Gramado, na Serra Gaúcha, é reconhecidamente um lugar tranquilo. É um
dos destinos preferidos por aqueles que buscam o lazer o ano inteiro,
muito embora o inverno traga atrativos gastronômicos formidáveis. Por
conhecer a cidade desde os tempos que a cidade não passava de um pequeno
lugarejo, e pela proximidade com Caxias do Sul, onde nasci e vivi por
muitos anos, nunca, ou quase nunca, pernoitei naquela cidade. Há poucos
dias resolvi inverter meu itinerário, passando por São Francisco de
Paula e Canela, para chegar em Gramado no final da tarde e dormir por
lá. Escolhi um hotel bem localizado, pois estava nos planos permanecer
na cidade até o meio da tarde do dia seguinte para só então rumar para
Caxias do Sul. O GPS teimou em nos mandar para outro lugar. O atraso na
localização do hotel acrescido de uma chuva fina e fria, fez com que
deixássemos de lado a ideia de jantar no centro da cidade, o fazendo no
restaurante do próprio hotel. Cansados, depois de percorrer mais de
seiscentos (600) quilômetros, nada melhor do que uma cama para o justo
repouso. Silêncio total, mesmo com a janela meio aberta para neutralizar
o aquecimento. Não muito tempo depois, já em sono profundo, somos
acordados por um estouro muito forte. No hotel falta luz. Em seguida,
algumas vozes denunciam ter havido um problema com um transformador. O
que era silêncio dá lugar à voz dos homens da companhia elétrica e
ruídos tópicos de quem está trabalhando. Não muito tempo depois volta a
luz. Volta o silêncio e o sono toma conta dos nossos corpos e mentes,
embora o susto. Não muito tempo depois outro estouro, desta vez mais
forte e com um clarão simultâneo. Voltam os homens da companhia elétrica
e desta vez eles ficarão trabalhando até clarear o dia. O jeito foi
fechar a janela do quarto e abrir a do banheiro, por onde entrava um
vento frio. Melhor aquecer-se com as cobertas do que com o ar seco
artificial. Depois de algum tempo, passado o susto, retorna o sono, por
pouco tempo, é verdade, pois pretendemos passear pela bonita Gramado. Só
então, com o dia claro, pudemos ver que o transformador ficava bem
defronte ao nosso quarto. Ninguém está livre de tais imprevistos.
sábado, 21 de março de 2020
LUGARES
DRESDEN - ALEMANHA
Dresden (em português Dresda) é uma cidade da Alemanha,
capital e maior cidade do estado da Saxônia. Localiza-se nas margens do rio
Elba. Tem 535 810 habitantes segundo censo de 2013. Dresden é uma cidade independente (kreisfreie Stadt) ou
distrito urbano (Stadtkreis), ou seja, possui estatuto de distrito (Kreis). Tem origem num povoado eslavo de nome Drezdane, que começou
a ser germanizado no século XIII. Dresden tem uma longa história como capital e
residência real dos Reis da Saxônia e é possuidora de séculos de extraordinária
cultura e esplendor artístico. O controverso bombardeamento de Dresden na Segunda Guerra
Mundial em 1945 onde cerca de 35 mil pessoas morreram e quarenta anos de RDA
mudaram a face da cidade dramaticamente. Desde a reunificação Alemã, Dresden tem sido um importante
centro cultural politico e econômico na parte este da República Federal Alemã. Em Dresden surgiu o segundo curso de Fisioterapia do mundo,
em 1918, sendo o primeiro surgido na cidade de Kiel, também na Alemanha. (Wikipédia)
QUE COISA...
Francicarlos Diniz
A palavra "coisa" é um Bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português. Gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?". Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!”. A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)”. Ou, "Mas se ela voltar, se ela voltar, que coisa linda, que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa). Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! (...) Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cara cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: é que o salário não dá pra coisa nenhuma. E tem a coisa pública que não funciona no Brasil desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando elege o seu candidato, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai”. Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma, pois uma coisa é falar; outra é fazer. O eleitor já está cheio dessas coisas! Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para serem usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? E bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. E há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras coisas mais. Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas".
Fonte: http://www.itatiaia.com.br/blog
sexta-feira, 20 de março de 2020
IMPOTÊNCIA
Prestes a completar 73 anos, estou me sentido inútil frente às notícias sobre o Coronavírus. Sim, inútil pois embora os anos já acumulados, até agora não senti seus efeitos mais nefastos. Segundo o noticiário, pessoas acima dos sessenta (60) anos são as vítimas preferidas do vírus maldito. Portanto, sou um alvo visível e fácil de ser atingido. Nada posso fazer. Sim, posso e devo seguir as recomendações preventivas e só. O que não me concede qualquer salvo-conduto. Muitos serão infectados e muitos necessitarão de respiração artificial. Mas poucos são os aparelhos disponíveis na rede hospitalar. Logo, os doentes mais graves, naturalmente serão selecionados para morrer, dando oportunidade aos menos graves e mais jovens para continuar vivendo. Meus filhos têm essa percepção e já mandaram recados se colocando à nossa disposição para compras e outras atividades extra-confinamento. Por algum tempo os avós não podem ter contato com os netos. Somos vulneráveis e eles são potenciais vetores. Por conta disto tudo resolvemos cancelar o almoço em comemoração ao meu aniversário. Seria uma oportunidade de reunir a família. O bom senso falou mais alto. Pensando bem, inútil não é o termo correto. Impotência. É isto aí. Me sinto impotente diante da onda tsunami que se aproxima. Nestas horas lembro de um ditado chinês que diz mais ou menos assim: “Se o problema tem solução então não é um problema. Se o problema não tem solução, então não é um problema, pois solucionado está”.
LUGARES
PARIS - FRANÇA
O Palácio do Luxemburgo (Palais du Luxembourg, em francês) é
um palácio localizado no 6º arrondissement de Paris, na França. Atualmente é a
sede do Senado da França. O formal Jardim Luxemburgo (Jardin du Luxembourg) apresenta
25 hectares de parterres empedrados e relvados, povoados por estátuas e
providos de grandes tanques de água onde as crianças pilotam modelos de barcos.
No canto sudoeste, existe um pomar de macieiras e pereiras e o théâtre des
marionettes (teatro de marionetas). (Wikipédia)
Assinar:
Postagens (Atom)