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Ao chegarmos em Lucca nos deparamos com a muralha mas ainda não sabíamos que o formato da cidadela era circular. Fomos seguindo o contorno da cidade e ao encontrar um grande portão de acesso enveredamos por ele.
Sabíamos de antemão que nas cidades históricas, via de regra, somente os moradores têm permissão para circular com seus automóveis e motos e por isto existem estacionamentos fora das muralhas, sendo que as visitas são feitas a pé.
Logo na entrada encontramos um estacionamento cujo pagamento é controlado através de parquímetros. Mas também verificamos que havia uma placa informando que estacionamentos além do horário estavam sujeitos ao guincho.
Sendo assim, poderíamos deixar nosso automóvel no local sem maiores problemas. Foi o que fizemos. Adquirimos um ticket para quatro (4) horas, marcamos o local onde estávamos estacionados e fomos seguindo as ruelas até chegar à praça central.
Aproveitamos para almoçar e depois saímos a caminhar pela cidade. Satisfeitos com o que havíamos comido e visto, com bastante antecedência resolvemos dar por finda a visita a Lucca, de onde partiríamos para uma nova etapa.
Convictos de que estávamos no rumo certo, caminhamos despreocupadamente até chegar às muralhas. Sem avistar nenhuma entrada, caminhamos para a esquerda, sem sucesso e depois para a direita, igualmente sem sucesso. Estávamos perdidos!
Busquei informações com um rapaz que estava carregando uma van e o detalhe mais significativo que pude lhe fornecer foi que próximo ao nosso estacionamento atravessamos uma ponte sobre um canal. Ele prontamente entendeu a nossa dificuldade, nos informando que estávamos exatamente no lado oposto àquele que queríamos chegar.
Agradecemos e quando pensamos em atravessar a cidade para chegar ao ponto almejado, verificamos que já o nosso tempo já estava esgotando, faltando algo como uns vinte (20) minutos. Consideramos a hipótese de nos perdermos novamente, já que as ruas eram todas circulares e estreitas. Nem a sombra dos prédios poderia nos ajudar a manter uma direção e nem um ponto de referência qualquer, como uma torre de igreja, uma montanha, etc., poderia nos manter sempre no mesmo rumo.
Conjecturamos que se os italianos levassem à risca a advertência quando ao uso do guincho, teríamos problemas sérios pela frente. Então, resolvemos empreender uma forte caminhada, o fazendo rente à muralha, na certeza de que daquela maneira fatalmente chegaríamos até o tão esperado estacionamento.
A estratégia se afigurou apropriada e localizamos nosso automóvel antes mesmo de vencer o prazo estabelecido no ticket.
Para nosso alívio, não encontramos nenhum policial nas imediações e se chegássemos atrasados, naquele dia, ao menos, não haveria apreensão de veículos. Posteriormente ficamos sabendo que tais procedimentos fiscalizatórios são feitos aleatoriamente, oportunidade em que, o efeito pedagógico mais eficiente é a tolerância zero.
Agradável surpresa nos proporcionou um bilhete deixado junto ao para-brisas, escrito por algum francês, que vendo a placa do nosso automóvel, alugado na França, deu-nos as boas vindas, em francês, é claro.
Excelente
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