Multas de trânsito: pagar ou esquecer?
A última crônica de nosso solerte viajante, em que ele contou 9 verdades e uma mentira sobre sua longa vida provocou um estouro em sua caixa postal, usalmente muito ocupada. A maior parte dos leitores, segundo Mr. Miles, riu a valer com suas afirmações. Outros, unfortunately (como diria o bravo correspondente) chamaram-no de mentiroso e puseram reparos em quase todos os itens. O súdito mais viajado da Grã-Bretanha deu de ombros aos detratores, lembrando que só é dado a incansáveis viajantes passar por tantas aventuras. Mas ficou, mais uma vez, ofendido com os leitores que ousaram duvidar de sua idade, "como se fosse impossível ter uma vida tão longa e profícua como a minha." Perdendo sua fleugma usual, o bravo peregrino pediu a esses leitores que fossem to lick a soap , o que em português significa "lamber sabão".
A seguir, a correspondência da semana:
Mr. Miles: aluguei um carro na Itália e recebi uma notificação de multa no valor de 18 euros, que já me foi debitada no cartão de crédito. Se eu receber uma multa internacional pelo correio, sou obrigado a pagar?
João Antonio Martinelli, por email
Well, my friend: a julgar pelo valor que você menciona, I’m sorry to say, mas você ainda não pagou sua multa de trânsito. A maior parte das locadoras de automóvel cobra uma taxa como essa apenas pelo serviço de notificá-lo de que o carro em questão foi autuado durante o periodo em que ele estava sob sua responsabilidade e, of course, notificar as autoridades, para que elas possam enviar a multa para sua casa. Bad news, isn’t it?
Sobre pagar (ou não) uma penalidade contraída em qualquer outra nação do mundo, eu diria que it’s up to you. Desde já deixo registrada a minha posição contra qualquer tipo de calote, mas sou obrigado a admitir que, em certos países do mundo, as regras de tráfego podem diferir daquelas as quais você está habituado. Na Alemanha, for instance, há ruas estreitas em que o motorista é autuado se não estacionar com duas rodas em cima da calçada — e é preciso dominar brilhantemente o delicado idioma de Goethe e Heine para decifrar uma placa com estas instruções. Do you know what I mean?
O fato, fellow, é que se você for multado, digamos, por excesso de velocidade no Tajiquistão e, well, não estiver em seus planos retornar para lá, será aceitável fazer vistas grossas para a penalidade. Não acredito que um comando tajique venha a persegui-lo no Brasil por essa razão. Já em outros países mais organizados e, indeed, mais atraentes, existe a possibilidade de que o não-pagamento de uma multa de trânsito fique registrado forever. Em outras palavras: quando você desembarcar no destino novamente, em uma viagem de férias ou de negócios, o simpático burocrata de plantão poderá barrar sua entrada ou, em alguns casos, autorizá-la mediante o pagamento da infração devidamente ampliado pelos juros previstos em lei. As you say in Brasil: é mole ou quer mais?
É claro que você pode apostar na desorganização do país em questão. Eu não diria que a eficiência chega a tal nível de sofisticação sequer em uma pequena parte das nações do mundo.
Anyway, believe me, my friend: o melhor que você tem a fazer é tentar conduzir cautelosamente, mesmo nesses estranhos países de mão contrária, como a França, os Estados Unidos e o próprio Brasil.
Um último conselho: caso você seja multado na Bélgica ou na Holanda, arrume, logo, um servicinho extra. Esses dois países, conhecidos como baixos, têm as penalidades de tráfego mais altas do planeta. Na média, as 15 infrações de maior pontuação custam algo em torno de 1600 euros! Each one, fellow, each one!!!
Fonte: Facebook
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