O juiz, jovem ainda, havia dois dias chegara à comarca. Queria impor disciplina, ordem, respeito. Começou por chamar, um a um - e depois em conjunto - todos os servidores do cartório.
Não se poderia dizer que ele estivesse contaminado pela juizite (característica em alguns novos magistrados, mas que acompanha alguns por toda uma vida). Mas estava na cara que o novel juiz queria marcar seu território.
Resolveu entrevistar depois os oficiais de justiça, chamando-os ao gabinete. Foi então que propôs ao que estava sentado na cadeira mais próxima.
- Diga-me seu nome!
- Beleza, excelência - respondeu o meirinho.
Na tentativa de descontrair, mas de forma evidentemente imprudente, perguntou em seguida o magistrado:
- E Beleza é nome de gente?.
A resposta chegou por meio de outra pergunta, pronta, incisiva e atrevida do oficial:
- Meritíssimo Doutor Pinto, e Pinto é?”
Houve uma risada geral. Em instantes encerrou-se a reunião com os agradecimentos do magistrado pela cooperação de todos.
Fonte: www.espacovital.com.br - Romance forense | Publicação em 13.03.12
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