Jovem, 21 de idade, esportiva, a estagiária de Direito chamou a atenção do prefeito não pelos eficientes trabalhos que prestava, mas pelos notórios predicados esculturais. O edil enlouqueceu: chamava-a a todo momento ao gabinete, insinuava-se, elogiava-a pela eficiência etc.
E quebrando a hierarquia funcional, passou a tratar de assuntos jurídicos diretamente com a estagiária, esquecendo o procurador.
Até que o prefeito se equivocou na estratégia da conquista. Usou e abusou dos torpedos telefônicos: foram 20 mensagens apaixonadas.
Orientada pelo namorado, a estagiária "salvou" todas as mensagens - inclusive a mais caliente delas, cujo elogio era notório, embora com um pecadilho que ofendia o vernáculo: “desculpe dizer, mas você é desconsertantemente linda e..." (etc.)
O desconcerto contra o idioma pátrio estava na troca da letra "c" pelo "s". E esse foi um dos detalhes abordados em acórdão da Câmara Criminal que, provendo recurso do Ministério Público, determinou o recebimento da queixa, para a averiguação de "possível crime contra a liberdade sexual".
Segundo o Ministério Público, "a gravidade dos fatos gerou inclusive denúncia de um vereador junto à Câmara Municipal, aceita para que se dê início a uma investigação legislativa acerca de possível ocorrência de infração político-administrativa por parte do querelado".
A audiência de interrogatório será neste mês. A estagiária mudou-se para um município que evoca um santo. E o prefeito está firme e convicto na cidade que tem, em seu nome, três letras instigantes: "mal".
Fonte: www.espacovital.com.br - 09/03/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário