Na semana passada, uma mulher de 53 anos, Mavis Wanczyk, agente de saúde de um hospital em Chicopee, no Estado de Massachusetts, nos EUA, acertou sozinha os seis números de uma loteria e ganhou US$ 758,7 milhões —R$ 2,385 bilhões. É o maior prêmio já pago a uma só pessoa na história do jogo. Mavis poderá receber tudo de uma vez, se quiser, ou em parcelas anuais —cerca de US$ 26 milhões por ano, ou US$ 2,2 milhões por mês, pelos próximos 29 anos.
Muito melhor do que os US$ 2.000 que ganhava mensalmente para encaminhar pessoas ou famílias para os serviços de saúde, o que fez durante 32 anos, desde os seus 21. Quando soube do prêmio, Mavis ligou logo para o hospital, pedindo demissão. Fez bem —imagine o fuzuê que sua presença provocaria nas instalações. Pois é isso que quero dizer. Temo que, por causa do prêmio, a vida de Mavis tenha acabado.
Chicopee é uma cidade de 55 mil almas. Tem 24 km², algo assim como Patos de Minas (MG) ou Jaboatão dos Guararapes (PE). No tão democrata Massachusetts, Chicopee escapou por pouco de eleger Donald Trump. Deve ser difícil para uma pessoa gastar US$ 2,2 milhões por mês em retroses e sianinhas no comércio local.
Por mais pacata a vida em Chicopee, Mavis nunca mais poderá passear a pé por suas ruas. Terá de locomover-se em caravanas de carros blindados, cercada de seguranças que a protejam de sequestros. Divorciada e com dois filhos, deve estar sendo visitada por centenas de amigos e parentes que nunca viu antes. E banqueiros, investidores e irresistíveis caça-dotes já começaram a fazer fila em sua porta.
Mavis deveria mudar-se, quem sabe, para as fabulosas Xangai, Cingapura ou Abu Dhabi. Mas como e para quê, se nunca pôs os pés fora de Chicopee? E nem nesses paraísos estará segura. Eles vivem infestados de brasileiros.
Fonte: Folha de S. Paulo
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