Ainda não foi inventada uma
etiqueta para as redes sociais, mas deveria existir para evitar as sucessivas
crises conjugais e estremecimentos em romances. Não há uma normatização do que
é certo e errado, do que é desvio ou regra. Ninguém comenta para não soar
moralista.
Todo namoro estabelece o que pode
ou não pode no início do compromisso, e esquece de incluir uma bússola na
navegação pela web. Preocupa-se com a profanação na realidade, e nem um pouco
com assanhamentos virtuais.
Urge um padrão de linguagem para
prevenir ciúmes e cantadas involuntárias.
Aquilo que você usa com a sua
alma gêmea não deve ser banalizado com terceiros, reivindica uma diferença de
tratamento.
O que vejo é um swing no
WhatsApp, Instagram e Facebook. Uma relação aberta para todos os lados.
Aquilo
que um homem envia para uma desconhecida envia também para a sua esposa, o que
uma mulher comenta para um desconhecido repete também para o marido.
Qual a graça? O amor vai sendo
banalizado e perde a exclusividade a dois, a diferença fundamental da
intimidade.
Como as ferramentas são novas,
emprega-se a criptografia no atacado e não se percebe as traições secretas e as
sugestões de infidelidade. Alguns até não identificam mesmo e espalham generosamente
os sinais na mais completa ingenuidade. A maioria tem noção do perigo e se
aproveita da duplicidade para fomentar relacionamentos paralelos.
Emoji é palavra, e não merece ser
reduzido e infantilizado a um mero desenho. Mantém pretensões de agradar e
informar o que estamos sentindo, não é um ato à toa e gratuito. Guarda potência
de vontade, apesar de sua caricatura divertida.
Se você está namorando, não será
deslealdade mandar para estranhos corações ou rostinhos com olhos de coração
saltando? Não é forçar uma aproximação? Não é uma facilitação sentimental?
Se você está casado, não é
estranho curtir todas as fotos de alguém? Não traz uma ideia de perseguição e
insistência, de claro interesse?
Só porque é uma ilustração não
deixa de ser ofensiva. É um cortejo amistoso e disfarçado, mas permanece sendo
sedução. Guarda interesses subterrâneos, permitindo a retribuição dos mesmos
signos e abrindo a guarda para declarações e juras nas cavernas digitais.
É compreensível a irritação
poderosa criada pela exposição nas redes e suas torres de controles.
Só pense com seus botões: se a
sua namorada ou namorado já fica em fúria quando vê você online sem responder,
imagine quando descobrir que anda trocando figurinhas de "emoji é"
com outras e outros?
Mais tarde, mais cedo, um dia
será fatalmente printado.
Fonte: Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário