Fabrício Carpinejar
O homem não é capaz de fingir o
orgasmo, mas de despistar.
Uma de suas manhas de simulação é
quando diz que vai gozar. Não acredite que ele está gozando.
Pois ouvirá dele várias e várias
vezes que está gozando durante o sexo e ninguém pode gozar tanto.
Quando ele grita que vai gozar é
apenas um regra cavalheiresca, pede a autorização do par para finalizar o
prazer. É o equivalente a obter uma licença verbal já que não tem como ser por
escrito naquela hora: "Posso terminar ou ficará chateada?".
Certamente evidencia uma
suplência maternal masculina. Como se ele não tivesse condições de controlar o
próprio gozo. Homem é um bicho dependente que nem na transa decide sozinho.
O aviso não é um ultimato, um
fuzilamento, não significa que será naquele instante. Indica que o desfecho
está perto, próximo, eminente. Abriu o chamado, não realizou a visita.
O alarmismo pontua o desempenho e
também previne a decepção. Vigora como uma desculpa diante do pior, algo do
tipo "nem vem reclamar da rapidez, pois avisei antes".
"Vou gozar!" é o gemido
falso dos varões. Igualmente pode ser um tatear às cegas do universo feminino,
numa tentativa de desesperada de descobrir por onde anda o orgasmo dela, se
ainda está na fase de contar carneirinho ou de tirar a sua lã.
"Vou gozar!" costuma
ser uma súplica para que ela venha junto, um chamado para a sincronia, porém,
em alguns casos, a exclamação não é solidária com a mulher, não partilha de
nenhuma conexão generosa com o ritmo alheio, revela uma ameaça de que o sujeito
não aguenta mesmo segurar e que agora não se responsabilizará mais pelos seus
atos.
Quando gozar de verdade, o homem
não falará nada, no máximo soltará um grunhido.
Fonte: Facebook
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