Charge de Gerson Kauer |
Processo, não! É muito chato...
Por Ramon von Berg, advogado (OAB-RS nº 3.344)
Ruy Armando Gessinger era um jovem juiz recém empossado no
cargo, nos anos 70, quando – numa comarca bem interiorana no RS - enfrentou uma
demanda com desfecho sui generis, que marcaria para sempre a sua carreira de
magistrado sempre assíduo nos fóruns e afável no trato com a advocacia.
Tratava- se de uma audiência num simples pedido de pensão
pelo abandono da esposa.
Chamadas as partes, o juiz informou ao varão – homem de
poucas luzes - sobre suas obrigações, que foram rechaçadas pelo marido.
Seguiu-se então o diálogo:
- Então vou ter que mandar prendê-lo.
- Pois o senhor pode fazer, doutor, pois cadeia é lugar de
macho!
Houve, em seguida, um silêncio constrangedor, até o juiz
tirar da algibeira uma alternativa:
- Então vou lhe tocar um processo!...
Ao que respondeu o inadimplente:
- Por favor, doutor, isso não. Processo eu não quero, pois é
muito chato. Então o senhor me diga quanto eu tenho que pagar pra minha
ex-mulher, que eu pago. Mas por favor, processo não!
E houve, então, o acordo.
Talvez naquela época o réu já tivesse noção da chatice
burocrática que é um processo! Imaginem o que ele diria agora, em pleno 2015...
Fonte: www.espacovital.com.br
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