A internet e os hotéis que não correspondem
E lá se foi ele de novo! Nosso estimado correspondente
britânico deixou o Brasil depois de encantar-se com as cavernas do Vale do
Peruaçu, perambular por Diamantina (testemunhas confirmam que o viram na
companhia de Trashie e a sra. Raimunda de Menezes garante que conversou com Mr.
Miles que, conforme seria de esperar, foi muito cortês e agradável) e passar o
revéillon na fazenda de uma familia de amigos em Salinas, terra de
"cachaça tão boa que até minha mascote abriu uma exceção ao uísque". Depois, guardou suas bermudas de Bermudas e, aparentemente,
voltou à Grã-Bretanha para preparar todas (ou quase todas) as dezenas de
viagens que pretende fazer em 2016. A seguir, a pergunta da semana.
Prezado Mr. Miles: acabo de passar por uma terrível
experiência de hospedagem em Mestre, na Itália. O hotel, que escolhi pela
internet, ficava ao lado de um inferninho, com música insuportável a noite
toda. Fui reclamar e o gerente me disse para lamentar-me com o dono do
inferninho. Como evitar experiências assim?
Vasco Ruiz Pomares, por email
Well, my friend, I'm very sorry about you. Sua experiência
me faz lembrar uma série de outras, ocorridas com alguns amigos e leitores
indignados. São situações recorrentes. A mais divertida delas (ainda que very
disgusting) aconteceu com um casal de amigos alemães. Wolfgang e Heidi,
viajantes econômicos e autosuficientes, encontraram, na net, um pequeno hotel
em Veneza — por acaso bem ao lado da cidade de Mestre que você citou. Era, of
course, um prédio antigo. O apartamento que ocuparam, no quarto andar, tinha o
piso de tal forma inclinado que Wolfgang e Heidi acabaram tendo relações
sexuais não planejadas. Mas esse foi um benefício inesperado para o casal já de
há muito entrado nos sessenta. O que os incomodou foi descobrir que a parede de
seu quarto era toda grafitada com frases e desenhos obscenos, como se fosse a
cela de uma penitenciária. O casal foi pedir que trocassem seu apartamento para
a noite seguinte e, believe me, ouviu do gerente que todos os quartos tinham
inscrições parecidas. “Mas vocês não limpam essa sujeira?“, protestou Wolfgang. “Ma che sujeira? — replicou o funcionário —, Questo e
stilo!!!“
Em outras palavras, my friend, bons conselheiros, agentes de
viagem confiáveis e publicações com credibilidade ainda são um caminho mais
seguro para evitar roubadas. Be careful com home pages repletas de jactância e
websites que não exibam opiniões de hóspedes que já visitaram o
estabelecimento. Você corre o risco de dormir ao lado de um ninho de
camundongos (aconteceu com minha pobre tia Henriette), ou de reservar um
seaview room que fica a cinco quilômetros da praia e oferece lindos posters da
orla pendurados nos apartamentos. Do you know what I mean?
É preciso ter cautela. O gerente de meu pub predileto em
Dover, Todd Rivers, relatou-me, certa vez, que, foi para Toledo na Espanha com
sua beloved Nancy e elegeu um hotel bem avaliado em um website por sua
localização, limpeza e tamanho dos apartamentos. Quando chegou ao local, com a
reserva devidamente paga, descobriu, however, um banheiro de dimensões tão
diminutas que só lhe permitia usar o vaso sanitário com a porta aberta, com os
pés, as tíbias e os perônios invadindo o sleeping room. O pobre Todd, by the
way, tem 2 metros e 3 centimetros de altura...
Fonte: Facebook
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