Carlos Chagas
Com o PT posto em frangalhos e o PMDB no poder sem poder
pensar na sua preservação depois do período Michel Temer, seria hora do outro
lado começar a pensar no futuro. Afinal, 2018 não parece tão longe assim. Tudo
indica que o PSDB terá alguma chance, depois que Fernando Henrique Cardoso
desceu a rampa do Planalto, treze anos atrás.
O problema é que ao contrário do PMDB, que carece de nomes
para a próxima sucessão presidencial, os tucanos tem três: Aécio Neves, Geraldo
Alckmin e José Serra.
Não dá para desde já selecionar um favorito. Claro que Aécio
dispõe de uma espécie de direito adquirido, já que disputou a última eleição e
não se saiu mal, apesar de derrotado. Sua força está no passado, ainda que
diante da necessidade de cuidar do futuro. Precisa, o mais rápido possível,
definir seu novo perfil. Que propostas tem para o novo governo? Se for a mesma
de Michel Temer, com tanta impopularidade garantida, corre o risco da rejeição.
ALCKMIN, SERRA E NUNES – Geraldo Alckmin dispõe de São Paulo
em sua retaguarda. Não traz propriamente mudanças, sua mensagem até se acopla
aos planos de Michel Temer. Como
sensibilizar a massa trabalhadora que já apoiou o PT, fator essencial em
qualquer hora ou situação?
José Serra corre por fora, mas também próximo do modelo
neoliberal. Apresenta como vantagem a eficiência, mas difere muito pouco de
Aécio e Alckmin, no particular.
Haveria no ninho tucano mais alternativas? Há quem suponha a
ascensão de outros, como Aloysio Nunes Ferreira, mas não parece fácil. A
primeira necessidade, para o PSDB, é a união. Um dos três precisará contar com
o apoio dos outros. Saltar de banda ou dedicar-se a uma aventura equivalerá a
desandar o objetivo hoje definido, da conquista do poder.
Fonte: Tribuna da Internet
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