CRASE COM NOMES DE MULHERES
O acento indicativo de crase antes de nomes próprios de mulheres é tido como facultativo, pois se escreve “à” diante de alguns nomes femininos, mas não diante de outros. O que demarca nossa opção é a possibilidade de esse nome, principalmente o de batismo, ser anteposto por um artigo definido, o que lhe dá um tom de afetividade ou de familiaridade, indicando a pessoa como conhecida ou “de casa”. No Brasil, além disso, esse uso tem caráter regionalista - em algumas regiões, como Sul e Sudeste, é habitual: o Marcos, a Lea, a Joana. Isso quer dizer que, se você costuma empregar o artigo definido diante de um nome de mulher, pode usar o “a craseado” quando a situação pedir (ou seja, quando a expressão ou verbo diante do nome exigir a preposição a).
Assim, no caso de mulheres a quem se chama pelo nome de batismo, vale o uso regional. Se você diz: “Gosto de Beatriz. Penso em Rita”, não usará crase: > Contei a Beatriz o que relatei a Rita. Mas se você diz: “Gosto da Beatriz. Penso na Rita”, escreverá: > Contei à Beatriz o que relatei à Rita.
Já quando se faz referência a nome e sobrenome, tão somente a familiaridade é que vai determinar o uso do acento indicativo de crase:
1) a crase não ocorrerá se o nome da pessoa for mencionado formalmente, envolto em distinção, ou se tratar de personalidade pública, pois nessas circunstâncias o nome da pessoa, seja homem ou mulher, nunca é precedido de artigo definido:
Assim, no caso de mulheres a quem se chama pelo nome de batismo, vale o uso regional. Se você diz: “Gosto de Beatriz. Penso em Rita”, não usará crase: > Contei a Beatriz o que relatei a Rita. Mas se você diz: “Gosto da Beatriz. Penso na Rita”, escreverá: > Contei à Beatriz o que relatei à Rita.
Já quando se faz referência a nome e sobrenome, tão somente a familiaridade é que vai determinar o uso do acento indicativo de crase:
1) a crase não ocorrerá se o nome da pessoa for mencionado formalmente, envolto em distinção, ou se tratar de personalidade pública, pois nessas circunstâncias o nome da pessoa, seja homem ou mulher, nunca é precedido de artigo definido:
- Referiu-se a Rachel de Queiroz. [cp. Gosta de Rachel de Queiroz]
- Fizemos uma homenagem a Euclides da Cunha. [nunca “ao Euclides da Cunha”, pois gostamos de Euclides da Cunha]
- Muitos fizeram elogios de última hora a FHC e a Ruth Cardoso.
2) a crase ocorrerá se, apesar do nome completo, a pessoa for referida com amizade, numa atmosfera afetiva. É muito comum este tipo de uso nos agradecimentos que se fazem em livros, teses e dissertações, situação que por sua formalidade e tipo de divulgação comporta o nome completo das pessoas homenageadas, embora possam ser da intimidade do autor. É importante que se mantenha a coerência: se o nome do homem é articulado [o, ao], também o da mulher deverá ser precedido de artigo [a, à]. Vejamos um exemplo real:
Desejo externar os meus agradecimentos
- ao Dr. Alceu Lima, por sua contribuição nesta pesquisa;
- ao Prof. Nilo Lima, pela dedicada orientação;
- à Profa. Maria Lima e Silva, por sua amizade;
- ao Renato Cruz e Sousa, pelo companheirismo;
- à Rejane Silva e Silva, pela revisão.
Há igualmente a situação de nomes próprios (verdadeiros ou artísticos) de homens e mulheres famosos com os quais também se usa o artigo definido porque a fama implica uma pretensa familiaridade com a pessoa. No Sul, por exemplo, dizemos “Gosto da Gal Costa. Comprei um disco da Gal”. Portanto, na linguagem escrita: “Refiro-me à Gal (Costa)”. Entretanto, quem diz “Gosto de Gal Costa. Comprei um disco de Gal”, deve escrever: “Refiro-me a Gal (Costa)”.
Fonte: www.linguabrasil.com.br
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