sexta-feira, 13 de maio de 2022

MR. MILES


A curiosa que bomba que é símbolo da paz

Nosso espantoso viajante segue aproveitando o calor estival do Hemisfério Norte, na companhia de sua raposa das estepes siberianas, a inebriada e inebriante Trashie. A seguir, a pergunta da semana:  

O senhor disse que estava triste com o brexit e ia sair por um tempo da Inglaterra. Para onde foi, Mr. Miles?
Sandra Pescatore, por email

Well, my dear, talvez você ache isso contraditório, mas vim me refugiar na Suiça. At least, eles não entraram na União Europeia desde o inicio — e portanto não fizeram o papelão que estamos fazendo. Besides, os moradores dessa porção montanhosa do continente do qual nos retiramos, têm uma tradição enorme de imparcialidade. Depende, é claro, do lado da neutralidade que ocupam conforme a época. 

Também preciso lembrar que os ingleses sempre adoraram esse país notável. Roger Moore, for instance. E o músico Phil Collins, que, na sua genesis, era britânico, as well. 

Não sei se você sabe, darling, mas meu saudoso amigo Charles Spencer (N.da.R: Charlie Chaplin, o ator) viveu grande parte de sua vida por aqui, em Vevey, às margens do lago Léman. Visitei muitas vezes sua casa, sempre fui muito bem recebido por Oona, sua esposa de 18 anos (ele casou com ela aos 54) e sou padrinho de quatro dos oito filhos que ele teve na, digamos, delightful region.

Aliás tenho tantos afilhados suiços, que mal posso deles me lembrar.  

However, vim para a Confederação Helvética justamente agora, porque uma querida amiga, Frau Sarbach, pediu que a ajudasse em sua mudança para Interlaken — a predecessora original da querida Interlagos paulistana, onde meu amigo Graham Hill tentou passar-se por mim, sem sucesso.

No caminho visitei alguns amigos na dita capital da paz, a sempre discreta Genebra. É um dos lugares mais tranquilos do planeta na superfície. Aqui houve a convenção em que se definiram os nunca respeitados Direitos Humanitários Internacionais; aqui ficam a séde de diversos organismos ligados à nice idea como a paz ou a cura. Entre eles, a sede da ONU na Europa e a Organização Mundial da Saúde. Muitos de meus amigos espiões viveram aqui boa parte de sua vida durante a Guerra Fria. Foi aqui, oh, my God, que a querida imperatriz Sissi (a Elisabeth, da Áustria) morreu assassinada pelo anarquista italiano Luigi Luccheni. Ela usava uma imensa quantidade de roupas, como quase todas as mulheres da época. Foi esfaqueada mas nem se deu por conta. Ao voltar, estava exangue. Suas muitas saias e anáguas estavam encharcadas com o líquido vital de seu corpo. É claro que não conheci Sissi (ela morreu em 1898, mas frequentávamos rodas diferentes). Em compensação conheci muito bem, I dare to say, a querida Romy Schneider, que fez o papel da imperatriz no cinema. Sinto dizer que ela era muito mais exciting. 

Mas, back to Geneva, eu queria mencionar a ironia das ironias. A cidade da paz, na tranquilidado do lago e à sombra dos calmos picos alpinos tem, como cartão postal, o célebre jet d'eau —um jato d'água que atinge 140 metros de altura. Não, não é uma cascata ou fenômeno natural, como os geisers de Yellowstone. É, apenas e tão somente, o efeito de uma poderosa bomba d'água. In other words, o símbolo da cidade da paz é uma bomba. Isn't it surprising?

Fonte: Facebook

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