quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

NÃO TROPECE NA LÍNGUA


PRESENTE DO SUBJUNTIVO: QUE SEJA ÚTIL
--- Existe alguma regra que se refere ao uso do presente do subjuntivo que seja específica para orações subordinadas? Marion Pinto, Florianópolis/SC

A própria origem da palavra subjuntivo (do latim subjunctivus – que serve para ligar, para subordinar) indica sua função principal. O subjuntivo é por excelência o modo utilizado nas orações subordinadas que dependem de verbos cujo sentido esteja ligado à ideia de ordem, proibição, desejo, vontade, necessidade, condição e outras correlatas.

O uso do subjuntivo implica, em qualquer caso, uma probabilidade, uma não-concretização – ainda – de alguma coisa. Observe duas frases com a mesma construção:
  • Temos lideranças que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. [o verbo da oração principal é TER, portanto já existem tais líderes, o que implica o uso do modo indicativo na oração subordinada]
  • Queremos formar lideranças que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. [aqui estamos na fase de QUERER: ainda não temos esses líderes, daí o uso na oração subordinada do subjuntivo “contribuam”]
Exemplos de uso do PRESENTE do subjuntivo
Para exprimir ordem, proibição, desejo, vontade, súplica:
  • Deseja que eu volte logo.
  • Ordenou que paguemos a dívida.
  • Proibiu que os sócios bebam e implorou que eles trabalhem.
  • Ele sempre pede que o pessoal estude com afinco.
  • Nada impede que a integração se  e que alguns gerentes de unidades de conservação possam ser escolhidos.
  • Pretendemos desenvolver ações que incentivem a pesquisa e a implementação de práticas pedagógicas anti-racistas.
  • Vamos discutir ações e propostas que busquem alterar as desigualdades raciais.
  • Esperamos então que os guardas-parques que tanto queremos já possam estar uniformizados e trabalhando no próximo verão.
Para exprimir dúvida, receio, necessidade, condição, apreciação, aprovação, admiração:
  • Duvido que saibas.  
  • Não acredito que chores por isso. 
  • Será melhor (ou pior) que não diga nada.  
  • Negou que tenha cometido o delito.
  • Lamentamos que nossos atendentes sejam relapsos. 
  • É importante que todos percebam o real papel dos guardas-parques. Eles são os verdadeiros heróis da conservação das áreas protegidas e não é justo, nem bom para a natureza, que continuem sendo esquecidos
  • É preciso que se deixe de lado esta visão que nos aprisiona num passado de dor e não permite melhorar as condições de vida dos afrodescendentes.
  • O Estado deve definir políticas de inclusão que possibilitem às crianças condições de realizar seu percurso escolar até o ensino superior.
  • Temo que não mais se publiquem livros que provoquem o pensar.
Também usamos o presente do subjuntivo para referir fatos incertos com o advérbio talvez em períodos simples ou orações coordenadas:
  • Talvez eu assista ao jogo.
  • Talvez sejam contempladas, talvez sejam eliminadas.
Igualmente em frases imperativas:
  • Que sejas feliz.
  • (Que) Deus nos abençoe.
  • Bons ventos o levem.
  • Cantemos a uma só voz...
Fonte: www.linguabrasil.com.br

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