Por Ronaldo Sindermann, advogado (OAB/RS nº 62.408)
O empregado da fazenda de um conhecido desembargador traz, por uma estrada em Bagé, um rebanho de ovelhas, quando surge pelo inóspito caminho uma Toyota Hilux reluzente.
Para na frente do campeiro e desce um cara de terno preto, camisa risca de giz, gravata vermelha e sapatos de couro de jacaré, que propôs:
- Meu nobre senhor, se eu adivinhar quantas ovelhas tem neste rebanho, o amigo me dá uma?
O velho gaúcho pensa e meio desconfiado responde:
- Sim! Não são minhas, mas pago para o patrão.
Então o cara volta até a camioneta, pega um notebook, se conecta via celular à Internet e começa a pesquisar.
Identifica a área do rebanho via satélite, calcula a criação de ovinos na região da fronteira, examina a média de abate, raças, quantidade de lã, baixa tabelas, cruza dados e depois de alguns minutos, diz ao campeiro:
- O amigo tem 634 ovelhas neste rebanho e 32 estão prenhas.
O gaúcho admite que estava certa a quantidade de animais.
- Pode levar a ovelha que eu prometi!
O cara pega o bicho e o coloca no porta-malas da Toyota. Quando está fechando a tampa, o gaudério pergunta:
- Desculpe, mas se eu adivinhar a sua profissão, o amigo me devolve o animal?
Duvidando que acertasse, o cara concorda.
- O senhor é candidato a deputado! - diz o gaúcho.
- Incrível! Como adivinhou?
- Por quatro razões.
- Quais?
- Primeiro, pela frescura da sua roupa. Segundo, parou sem que eu o chamasse. Terceiro, está bancando o esperto. E, quarto, nota-se que não entende nada de ovelhas.
Há um hiato e logo o empregado do desembargador ruralista arremata:
- Devolve já o meu cachorro!
Fonte: www.espacovital.com.br
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